São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice CARREIRA/TEOLOGIA PROFISSIONAL PODE OPTAR PELA ÁREA DE PESQUISA, PELO TRABALHO EM ONGS OU POR PRÁTICA RELIGIOSA Graduação não é apenas para padres e pastores Matuiti Mayezo/Folha Imagem Eudson Silva Ribeiro, que está no terceiro ano de teologia, desenvolve trabalho em favela e tem projeto de pesquisa sobre a divulgação da religião pela mídia LUIS RENATO STRAUSS DA REPORTAGEM LOCAL Teologia deixou de ser um curso para formar apenas padres e pastores. Desde 1999, a carreira é reconhecida pelo MEC (Ministério da Educação) como um curso de graduação. Segundo Leopoldo Heimann, diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Luterana do Brasil, há quatro campos de grande absorção dessa mão-de-obra. Na área de pesquisa, o teólogo poderá estudar temas como a história da igreja e a influência da religião na sociedade. Na educação fundamental, o profissional encontrará um mercado em expansão. Uma lei do ano passado obriga as escolas estaduais de São Paulo a oferecer o ensino religioso -as aulas são facultativas aos alunos. No Rio de Janeiro, a lei existe desde 2000. O teólogo atua também como agente social em órgãos públicos e em organizações não-governamentais. O aluno poderá se especializar, por meio de uma pós-graduação, por exemplo, na psicologia e na compreensão de elementos sociais ligados à religião (como ética, sexualidade etc). Finalmente, o bacharel pode optar pela prática religiosa, exercendo as funções de padre, de pastor, de catequista etc. As instituições de ensino possuem liberdade para compor a grade curricular, podendo obedecer a diferentes tradições religiosas. Então o estudante deve ficar atento à ênfase dada na faculdade que escolher. Outro fator importante é verificar a situação legal do curso. A Universidade Federal do Piauí, por exemplo, oferece aulas de teologia há cerca de 30 anos, mas ainda não tem autorização para diplomar os formados. Os alunos recebem um certificado de conclusão do curso, mas esse certificado não lhes permite, por exemplo, fazer uma pós-graduação. O MEC avalia o número de horas-aula ministradas, a qualificação do corpo docente e as condições de infra-estrutura oferecidas. Alunos formados em teologia antes de 1999 podem aproveitar os créditos cursados para tentar adquirir um diploma de bacharel. Para Elisiário Cesar Cabral, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-Campinas, esse curso pode ser dividido, em geral, em cinco linhas de estudo. A primeira é a bíblica, que abordará o Velho Testamento, o Novo Testamento e o contexto em que foram escritos. A segunda é conhecida como a sistemática religiosa, que estuda as teorias e os debates sobre as doutrinas das religiões. A linha de estudo seguinte é a análise histórica da igreja. A quarta abordará a ética e a prática cristã, que deterá temas atuais como a clonagem e a ecologia por meio da visão do cristianismo. Finalmente será estudada a pastoral, sobre a organização e a atuação social da igreja. Texto Anterior: Atualidades: Os EUA e a nova Guerra do Golfo Próximo Texto: Graduandos utilizam conhecimento sobre religião para ter atuação diferenciada Índice

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