Divulgação

Atriz, cantora e "vampira", Liz Vamp tentará uma vaga na Assembléia Legislativa

Quase xará do furacão Katrina, que destruiu Nova Orleans em agosto, a paulista Fernanda Karina Sommagio provocou uma espécie de "tsunami" ao decidir abrir a boca -e a agenda- contra Marcos Valério, seu ex-patrão. Depois de reforçar com seu testemunho a denúncia de que Valério seria o financiador do "mensalão" e virar figurinha fácil na mídia, ela decidiu tentar sobrevida na política. "Estou filiada ao PMDB e serei candidata a deputada estadual por SP", diz.
 
De mudança marcada de BH para SP, ela já pensa na campanha. "Vou defender a educação. E o meio-ambiente. E a ética na política." Sua filha, Nayna, 8, já até lhe dá dicas de projeto de lei. "Outro dia ela viu uma carroça e disse: "Mãe, faz uma lei para não fazerem isso com o cavalo"."
 
Para bancar a campanha, Fernanda Karina diz que até aceitaria patrocínio. "Sendo dinheiro honesto... Você acha que alguém vai ter coragem de tentar me corromper?" Se a carreira vingar, ela já tem planos para o futuro. "Gostaria muito de ser senadora. Mas presidente da República, acho que não... Não é meu sonho primordial."

De malufete a candidata

Lembra de Jeany Mary Corner, a suposta agenciadora das "recepcionistas" para festinhas de Marcos Valério e outros políticos? Está filiada ao PP de Paulo Maluf. "Sou fã do Maluf!", diz ela. E por isso entrou no PP? "Também. Mas olha a sigla... "PP'! Tem tudo a ver comigo!"
Jeany ainda não sabe se vai se lançar nestas eleições ou nas seguintes. Mas sabe o que fará em plenário. "Quero me defender de tudo o que fizeram contra mim e minhas meninas. Arruinaram nossas vidas." E para o povo? "Vou mudar muitas coisas lá. Sou honesta."

"Dar o sangue"

Filha do cineasta Zé do Caixão (José Mojica Marins), a "vampira" Liz Vamp (Mariliz Marins) está pronta para abocanhar votos paulistas nas eleições. Ela se filiou ao PDT e promete "dar o sangue" para uma possível cadeira na Assembléia. "Tenho um projeto de reestruturação educacional humanizadora nas escolas para ensinar as crianças: "Não faça aos outros o que não quer que façam a você"."
 
Atriz e cantora, Liz vive de fazer performances em "festas estranhas", especialmente na época do Halloween. "Vamos papai e eu. Adoro", diz ela, que coleciona algumas aparições na mídia, especialmente quando participa de campanhas incentivando -por bem, avisa- as pessoas a doarem sangue.
 
Filha de uma celebridade que há décadas distribui pragas Brasil afora, Liz não teve uma infância comum. "Sofria porque as pessoas achavam que minha família dormia em caixão e comia coisas estranhas." No plenário, sua vingança será lutar "contra rótulos e preconceitos". "Sou filha de monstro, me acostumei a ser monstrinha. Tem góticos que gostam de ir ao cemitério à noite e são pessoas doces. E é super normal."

"Virei herói"

Pivô do escândalo do "mensalinho", o empresário Sebastião Buani está otimista: espera que a presença no noticiário político lhe garanta uma cadeira na Câmara dos Deputados. "Virei herói nacional", acredita ele, que provocou a renúncia de Severino Cavalcanti ao dizer que foi extorquido pelo então presidente da Câmara para manter seu restaurante no local. Buani se filiou ao PT do B porque, "num partido maior", diz ele, não teria um bom espaço e não conseguiria tempo na televisão. "As pessoas me pedem autógrafos. Se estou no cinema, me oferecem a melhor cadeira para sentar. Vou fazer 200 mil votos, e isso se fizer pouco. Ninguém me segura!"
 
Confiante na vitória, Buani já calcula um encontro improvável: "Seguindo a lógica alfabética, meu gabinete seria bem perto do de Severino Cavalcanti, se ele voltar a se eleger. Imagina eu convidando ele para um debate sobre corrupção [risos]!".
 
E a bela Diana Buani, eleita "musa do mensalinho" ao acompanhar o marido nos depoimentos e ganhar destaque nos jornais? Será candidata? "O PT do B quer que eu seja", diz ela. O marido não descarta a hipótese, mas desanima: "A campanha para um já é cara, imagine para dois! Se ela tivesse posado para a revista "Playboy", teríamos dinheiro, mas como a negociação não foi pra frente..."


Texto Anterior: Produção reúne personagens reais e fictícios
Próximo Texto: Era JK - Duas visões: Kubitschek conhecia a natureza humana
Índice