|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Festivais podem ser problema
DO ENVIADO A RECIFE
É a "cidade dos festivais", nas
palavras do vocalista Cannibal, do
Devotos, banda "punk rock hard
core" formada há 12 anos no Alto
José do Pinho, periferia de Recife.
É o próprio, porém, quem aponta
problema no que se concebe apenas como virtude.
"Os festivais acostumam mal o
público e as bandas iniciantes só
querem se apresentar em eventos
desse tipo", diz Cannibal, 30.
Além do Rec Beat (sexta edição)
e do Abril pro Rock (vai para a
nona), há pelo menos mais dois
festivais que "concorrem" no
mesmo nicho: o Soul do Mangue,
no campus da Universidade Federal de Pernambuco, e o Pé no
Rock, ambos em datas não-fixas.
O Devotos não se apresentava
na cidade havia meses. Seu produtor, Paulo André, idealizou o
Abril pro Rock. Por iniciativa de
seus integrantes, a banda decidiu
participar pela primeira vez do
Rec Beat, na semana passada, organizado por Antonio Gutierrez,
o Gutie, que produzia o Mundo
Livre S/A até um mês atrás.
Apesar da dissonância entre
André e Gutie, os festivais estabelecem ponte talvez involuntária.
Assim como Devotos foi ao Rec
Beat, por exemplo, Textículos de
Mary vai ao Abril pro Rock.
A produtora Tatiana Braga, 35,
da B52 Desenvolvimento Cultural, que também organiza o Rec
Beat, diz que os festivais não atrapalham. "O problema é que não
há um mercado. A maioria do público do mangue é da periferia." O
Rec Beat é gratuito.
(VS)
Texto Anterior: Textículos sai em defesa dos excluídos Próximo Texto: Gravura: Exposição vê o cordel como design Índice
|