São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2001

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Festivais podem ser problema

DO ENVIADO A RECIFE

É a "cidade dos festivais", nas palavras do vocalista Cannibal, do Devotos, banda "punk rock hard core" formada há 12 anos no Alto José do Pinho, periferia de Recife. É o próprio, porém, quem aponta problema no que se concebe apenas como virtude.
"Os festivais acostumam mal o público e as bandas iniciantes só querem se apresentar em eventos desse tipo", diz Cannibal, 30.
Além do Rec Beat (sexta edição) e do Abril pro Rock (vai para a nona), há pelo menos mais dois festivais que "concorrem" no mesmo nicho: o Soul do Mangue, no campus da Universidade Federal de Pernambuco, e o Pé no Rock, ambos em datas não-fixas.
O Devotos não se apresentava na cidade havia meses. Seu produtor, Paulo André, idealizou o Abril pro Rock. Por iniciativa de seus integrantes, a banda decidiu participar pela primeira vez do Rec Beat, na semana passada, organizado por Antonio Gutierrez, o Gutie, que produzia o Mundo Livre S/A até um mês atrás.
Apesar da dissonância entre André e Gutie, os festivais estabelecem ponte talvez involuntária. Assim como Devotos foi ao Rec Beat, por exemplo, Textículos de Mary vai ao Abril pro Rock.
A produtora Tatiana Braga, 35, da B52 Desenvolvimento Cultural, que também organiza o Rec Beat, diz que os festivais não atrapalham. "O problema é que não há um mercado. A maioria do público do mangue é da periferia." O Rec Beat é gratuito. (VS)


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