São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2001

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MODA

D&G, segunda marca da Dolce & Gabbana, lança coleção inspirada na estética da cantora Debbie Harry, a Blondie

Sob neve, começa a temporada de Milão

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO

Começa debaixo de muita neve a temporada de outono-inverno 2001/2002 de Milão. Mas não é Natal: estilistas, produtores e editores de moda trabalham muito duro para esquentar a moda para a estação, depois da escorregada no gelo de Nova York e do furacão Alexander McQueen em Londres.
Milão padece como sempre sob as intempéries da semana de desfiles, que termina dia 6 na cidade, com a sazonal crise de transportes provocada pelo inchaço populacional e o mau humor dos habitantes de um centro urbano em que quatro de cada dez habitantes têm mais de 50 anos e outros tantos que nada têm a ver com a bagunça fashion.
Alheia a tudo isso, a D&G, segunda marca da Dolce & Gabbana, movimenta o povo da moda em torno de uma coleção inspirada na cantora Debbie Harry, a eterna Blondie. As armas são o jeans baixíssimo (o índigo é um dos fortes da grife), silhueta vitoriana (tendência apontada em Nova York, que deverá se confirmar para a estação, portanto), minissaias de verniz e atitude rock and roll.
A D&G consolida seu espaço junto a uma jovem e trendie clientela (no masculino também) e abre caminho para o desfile da linha principal da dupla, que acontece neste sábado com a anunciada presença de Gisele Bündchen.
Também na tarde de anteontem, a Byblos investiu em cores brilhantes -como as luzes de Las Vegas-, de estrutura mais conservadora, entretanto, feita com peças em malha, chiffon e marcado uso de paetês (o brilho sempre aparece na temporada italiana e faz sucesso).
A partir do último final de semana, já desfilavam marcas mais convencionais em Milão, atendendo à amplificada indústria do vestuário na Itália. Com um mínimo de sete desfiles ao dia, com um máximo de 14, às vezes a impressão é de excesso e desperdício. Mas aqui há público para tudo.
O estilista Gianfranco Ferré, mesmo com desfile de sua marca principal marcado para domingo, dia 4, mostrou na terça-feira suas outras duas linhas. Vestindo roupas da série Studio e Forma, dezenas de mulheres, uma ao lado da outra, reproduziam a atmosfera de uma vitrine, com luz de loja e tudo, colocadas num display elevado, fazendo quase imóveis poses dos manequins de plástico.
Estranhamento à parte, a roupa trazia, na linha Forma, peças elegantes para a mulher executiva, em terninhos construídos para o dia e vestidos bordados ou em veludo molhado para a noite, com ou sem peles. Na Studio, combinações clássicas em preto-e-branco com lã camelo em casacos e capas, com laranja, vermelho e vinho como contraponto.
O desfile mais importante de hoje é o da marca Prada, que abre loja nova sábado na cidade.


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