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MODA
D&G, segunda marca da Dolce & Gabbana, lança coleção inspirada na estética da cantora Debbie Harry, a Blondie
Sob neve, começa a temporada de Milão
ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO
Começa debaixo de muita neve
a temporada de outono-inverno
2001/2002 de Milão. Mas não é
Natal: estilistas, produtores e editores de moda trabalham muito
duro para esquentar a moda para
a estação, depois da escorregada
no gelo de Nova York e do furacão
Alexander McQueen em Londres.
Milão padece como sempre sob
as intempéries da semana de desfiles, que termina dia 6 na cidade,
com a sazonal crise de transportes
provocada pelo inchaço populacional e o mau humor dos habitantes de um centro urbano em
que quatro de cada dez habitantes
têm mais de 50 anos e outros tantos que nada têm a ver com a bagunça fashion.
Alheia a tudo isso, a D&G, segunda marca da Dolce & Gabbana, movimenta o povo da moda
em torno de uma coleção inspirada na cantora Debbie Harry, a
eterna Blondie. As armas são o
jeans baixíssimo (o índigo é um
dos fortes da grife), silhueta vitoriana (tendência apontada em
Nova York, que deverá se confirmar para a estação, portanto), minissaias de verniz e atitude rock
and roll.
A D&G consolida seu espaço
junto a uma jovem e trendie clientela (no masculino também) e
abre caminho para o desfile da linha principal da dupla, que acontece neste sábado com a anunciada presença de Gisele Bündchen.
Também na tarde de anteontem, a Byblos investiu em cores
brilhantes -como as luzes de Las
Vegas-, de estrutura mais conservadora, entretanto, feita com
peças em malha, chiffon e marcado uso de paetês (o brilho sempre
aparece na temporada italiana e
faz sucesso).
A partir do último final de semana, já desfilavam marcas mais
convencionais em Milão, atendendo à amplificada indústria do
vestuário na Itália. Com um mínimo de sete desfiles ao dia, com um
máximo de 14, às vezes a impressão é de excesso e desperdício.
Mas aqui há público para tudo.
O estilista Gianfranco Ferré,
mesmo com desfile de sua marca
principal marcado para domingo,
dia 4, mostrou na terça-feira suas
outras duas linhas. Vestindo roupas da série Studio e Forma, dezenas de mulheres, uma ao lado da
outra, reproduziam a atmosfera
de uma vitrine, com luz de loja e
tudo, colocadas num display elevado, fazendo quase imóveis poses dos manequins de plástico.
Estranhamento à parte, a roupa
trazia, na linha Forma, peças elegantes para a mulher executiva,
em terninhos construídos para o
dia e vestidos bordados ou em veludo molhado para a noite, com
ou sem peles. Na Studio, combinações clássicas em preto-e-branco com lã camelo em casacos e capas, com laranja, vermelho e vinho como contraponto.
O desfile mais importante de
hoje é o da marca Prada, que abre
loja nova sábado na cidade.
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