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TELEVISÃO
Crítica
Philip Seymour Hoffman brilha em "Capote"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se há um ator capaz de me
mobilizar neste mundo é Philip
Seymour Hoffman. Ele nunca é
o mesmo, mas tem sempre a capacidade de encantar. É um valor seguro, um desses que vale a
pena ver seja qual for o filme.
Hoje ele é Truman Capote
em "Capote" (TC Cult, 0h15,
não indicado para menores de
14 anos), o papel que lhe deu o
Oscar, mas não o tirou do anonimato, que parece ser sua condição natural. Ele é o gordo
ágil, quase ogro, simpático
mesmo quando antipático. "O
gordinho", como ouvi alguém
definir. Não é Meryl Streep,
nem Karl Malden: é o gordinho. E o gordinho faz milagres.
Aqui, num papel performático, em que era preciso recriar
modos tão particulares de um
escritor famoso em sua aventura mais incrível, a escrita de "A
Sangue Frio". Os dramas se
cruzam: o do escritor e o dos
assassinos. O do escritor e sua
paixão por seu objeto. Parece
que Hoffman tinha de fazer esse papel, ele que também parece se apaixonar por seus personagens o bastante para torná-los sempre apaixonantes.
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