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Cony ocupa a cadeira 3 da Academia
DA SUCURSAL DO RIO
O escritor Carlos Heitor Cony,
73, membro do Conselho Editorial da Folha, diz que sua vida virou de cabeça para baixo há cerca
de um ano, quando começaram
as articulações para sua candidatura à ABL (Academia Brasileira
de Letras).
"Quando dei por mim, estava
muito enfronhado. Antes disso,
para mim, a Academia era uma
galáxia diferente, um buraco negro na última prateleira do universo", disse o escritor, antes de
sua posse na cadeira número 3 da
ABL, marcada para as 21h de ontem no salão nobre da instituição.
Cony, que substitui o escritor
Herberto Sales, morto em 1999,
conta que passou a ser procurado
por acadêmicos propondo sua
candidatura a partir de artigos
que escreveu na Folha defendendo a candidatura do economista
Roberto Campos para substituir o
dramaturgo Dias Gomes, morto
em maio do ano passado.
"Entrei de gaiato em uma briga
que não era minha por causa do
Roberto Campos. Sou amigo dele
há muitos anos, embora discorde
de suas idéias. Mas houve a polêmica em torno da candidatura e
eu escrevi que, se fosse acadêmico, não votaria nele, mas que sua
candidatura era lícita", afirmou.
A partir daí, de acordo com o escritor, houve uma aproximação
com a ABL. "Mas quem entra na
Academia não é o candidato. Os
que estão lá dentro é que nos colocam lá. Não adianta querer entrar
se não tiver amigos, e amigos interessados", disse o escritor.
No discurso que faria durante a
posse, Cony relembraria seus antecessores na cadeira número 3.
Em julho, Cony fará sua "estréia" na ABL, com uma palestra
sobre a obra de Eça de Queiróz,
durante um ciclo sobre a obra do
autor que está sendo organizado
pela instituição.
Leia a íntegra do discurso de
posse de Cony na Folha Online
(http://www.folha.com.br).
(CRISTINA GRILLO)
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