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Redescobrimento
tem adereço
barroco furtado
CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Na noite do último sábado,
uma equipe de manutenção da
Mostra do Redescobrimento
percebeu um desfalque no módulo Arte Barroca. A equipe preparava a manutenção das peças
que acontece todas as segundas-feiras quando notou o sumiço
do resplendor em prata que
adornava a cabeça de "São João
Evangelista", exposto no andar
térreo do Pavilhão da Bienal, logo à esquerda da entrada do módulo. Ainda não se sabe quando
a peça foi furtada ou quem a levou.
"As peças são constantemente
vigiadas por uma empresa de segurança. Também contamos
ainda com um equipe de manutenção que percorre a mostra
constantemente, além de câmeras e detectores de presença",
disse Suzanna Sassoun, coordenadora de projeto da Mostra do
Redescobrimento. Segundo Sassoun, a mostra deverá repensar
o sistema de segurança do evento e o seguro deverá arcar com a
compra de um novo resplendor
para o santo.
O "São João Evangelista" lesado é uma escultura portuguesa
do século 18, em madeira dourada e policromada.
O resplendor, geralmente confeccionado em prata, é um adereço em forma de estrela que se
coloca na cabeça do santo e que
indica a santidade do personagem. "A estrela indica o caminho de encontro com Deus. Por
isso o local de nascimento de Jesus foi indicado por uma estrela.
Ao colocá-la na cabeça de um
santo, a Igreja indica que ele é
um modelo de virtude cristã",
explicou monsenhor Arnaldo
Beltrami, vigário epíscopal de
comunicação da arquidiocese
de São Paulo.
"As igrejas possuem geralmente vários resplendores para
um santo, pois são peças doadas
por fiéis que alcançaram alguma
graça. Ela é como um chapéu.
Serve para enfeitar o santo. São
os adereços mais roubados das
igrejas barrocas", disse Sassoun.
A curadora do módulo Arte
Barroca, Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, lamentopu o
ocorrido, mas salientou que o
episódio servirá para que o sistema de segurança seja reforçado.
Sugeriu ainda que fosse criada
uma chapelaria na entrada do
pavilhão, onde os visitantes deixariam seus pertences. "O seguro terá que comprar outro resplendor para o museu", disse
ainda.
A escultura pertence ao Museu Mineiro da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, em Belo Horizonte, que foi
comunicado ontem do sumiço
da peça.
"O resplendor é uma peça solta e não temos certeza que seja
original da obra. Trata-se de um
fato lamentável, um trauma
mesmo, mas, infelizmente, são
coisas que acontecem. Agora teremos que fazer uma pesquisa
para encontrar um resplendor
similar", disse Luis Augusto de
Lima, diretor do museu.
Lima disse ainda que o ocorrido não dificulte a realização de
outras mostras. "Em Minas Gerais já existe um forte movimento contrário ao empréstimo de
obras motivado por acontecimentos como esses"
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