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CINEMA ESTRÉIA
Disney volta a acertar com feminismo de "Mulan'
MARIANE MORISAWA
da Redação
Depois de alcançar novamente o
sucesso com "A Bela e a Fera" e
"O Rei Leão", a Disney parecia
estar fadada a fazer um blockbuster atrás do outro. Por isso, os executivos dos estúdios levaram um
susto com os fracassos de "Pocahontas", "O Corcunda de Notre
Dame" e "Hércules" -tanto de
público quanto de crítica.
A produtora tenta reconquistar
ambos com "Mulan", uma história baseada em uma lenda chinesa.
Só que o herói dessa história não
é um bravo ou atrapalhado guerreiro, mas, sim, uma guerreira.
Mulan é uma adolescente atrapalhada demais para conseguir
um bom marido e honrar sua família, tudo o que uma mulher pode almejar na China imperial.
Quando os hunos, liderados por
Shan-Yu -o mais terrível vilão da
Disney-, conseguem transpor a
Grande Muralha na região norte
da China, o imperador resolve
convocar um homem por família
para lutar contra os invasores.
Na família Fa, o único homem é
Zu, pai de Mulan. Velho e doente,
todos sabem que ele é incapaz de
guerrear novamente. A menina
ousa dizer isso, o que representa
grande desonra para ele.
À noite, enquanto todos dormem, Mulan toma sua decisão.
Corta os cabelos, rouba armadura
e espada do pai e parte com seu
cavalo para se apresentar. É seguida pelo egocêntrico minidragão
Mushu, que tentará protegê-la.
No início, o desajeitado recém-nascido garoto Ping -nome
que ela adota- só se mete em
confusão e não consegue cumprir
as tarefas que o bonitão comandante Shang lhe dá.
Cansada de tanta humilhação,
Mulan alia inteligência e dedicação para se tornar respeitada. Utilizando o cérebro, consegue livrar
seu pequeno e estabanado batalhão de um ataque dos hunos -na
mais impressionante sequência do
filme, comparável ao estouro da
manada de "O Rei Leão". Mas ela
ainda esconde o segredo que pode
desonrá-la novamente.
A Disney há muito deixou de
apresentar pobres donzelas que
dependem da ajuda de fadas para
conseguir seu máximo objetivo, o
príncipe encantado. A Pequena
Sereia, Belle e Pocahontas já apresentavam uma certa dose de determinação, mas quase sempre ela
estava a serviço de um amor.
Mulan, não. Ela é uma heroína
de verdade, que não só luta e combate o machismo de seus pais e colegas, como também é "a" responsável pelos salvamentos. Mas
sem perder sua graça. O amor?
Bem, ele existe, porém não antes
que tudo esteja resolvido.
Com uma heroína assim, personagens de apoio engraçados
-Mushu, Gri-li e os três companheiros mais chegados de Mulan
no exército-, menos e melhores
músicas, a Disney parece voltar ao
caminho certo.
Filme: Mulan
Produção: EUA, 1998
Direção: Barry Cook e Tony Bancroft
Quando: a partir de hoje, nos cines Paulista 2, West Plaza 1, Plaza Sul 3 e circuito
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