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REPERCUSSÃO
ARNALDO JABOR, cineasta, em
artigo na Ilustrada de 9/08/1994
"Ele é uma espécie de Albert
Camus do cinema. Como ele,
Antonioni teve uma revolta
contra o real. Não se conformou com as convenções de
Hollywood que determinavam
o ritmo de nossas vidas. (...)Antonioni nos libertou de um mecanismo de defesa contra a
morte, que o ritmo dos americanos inventou. A morte fica
nua em Antonioni, o mistério, o
suspense, o desaparecimento
das pistas, a falta de motivo para a tragédia."
CARLOS REICHENBACH, cineasta
"O cinema moderno perde
um dos seus ícones, uma das figuras essenciais da modernidade no cinema. O cinema mundial, o cinema como arte moderna, dá um salto fenomenal
com o olhar do Antonioni. Não
quero atrair o olhar da dona Fatalidade, mas agora, depois das
mortes de Bergman e de Antonioni, só sobrou o Godard entre
os grandes do cinema moderno. Que tenha muitos anos de
vida. E não me ligue amanhã
para dar outra notícia desse tipo, pelo amor de Deus."
DOMINGOS OLIVEIRA, cineasta
"O Michelangelo [Antonioni]
foi o grande poeta do tédio. Ele
é parte de uma geração que
trouxe para a discussão cotidiana temas que não pertenciam a
ela, dados culturais que mudaram as pessoas. Ele trouxe para
a minha geração o tema da náusea, do tédio, foi muito importante. Era um cineasta de uma
humanidade candente. É interessante observar que esses
grandes cineastas estão morrendo tarde, o que parece mostrar que o bom caráter e a honestidade intelectual rendem
frutos."
HECTOR BABENCO, cineasta
"Não está ficando ninguém,
estão indo todos os mestres, todas as grandes referências. Para mim, o Antonioni era o perfeito contraponto ao neo-realismo do [cineasta italiano Luchino] Visconti. Cresci tendo
na mão esquerda o fascínio pelo Visconti e, na direita, o minimalismo, o silêncio e a profundidade existencial do Antonioni."
JÚLIO BRESSANE, cineasta
Eu estive com ele algumas
vezes, inclusive recebi-o em casa aqui no Brasil, fiz um filme
chamado "Antonioni e Hitchcock - A Imagem em Fuga" e
mostrei a ele. Estou bastante
chateado. "Crônica de um
Amor" (1950) e, principalmente, "A Dama sem Camélias"
(1953) já antecipavam todo o
cinema moderno. Foi um dos
cineastas mais estudados e admirados da história, mas, apesar do esforço e de algumas tiradas de gênio, infelizmente
deixou pouca influência no cinema de hoje, que teve uma
queda grande de substância, vive submetido a uma grande tirania. É um dia de luto para o
cinema.
NICOLAS SARKOZY, presidente
da França
"Antonioni foi um poeta da
elegância estilística, do rigor e
da pureza. Sua obra está marcada pela dificuldade das relações
entre os indivíduos e o mundo.
Ele acaba de se unir a Ingmar
Bergman além das nuvens."
JOSÉ MANUEL BARROSO DURÃO,
presidente da Comissão Européia
"A morte de Michelangelo
Antonioni deixa a Europa sem
um de seus grandes artistas, alguém que se destacou no desenvolvimento do cinema na
Europa e no mundo e cuja busca contínua por novas formas
de expressão gerou obras-primas como "Blow Up" e "Zabriskie Point"."
GILLES JACOB, presidente do
Festival da Cannes
"Ele foi um alquimista do íntimo, o maior aquarelista do coração que o cinema moderno já
conheceu."
THEO ANGELOPULOS, cineasta
grego
"[A morte de Antonioni e
Bergman] é algo simbólico.
Ambos haviam alcançado a plenitude em sua vida e em suas
obras."
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