São Paulo, segunda, 1 de setembro de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Nosso Tipo de Mulher' é superficial

MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas

Este é o segundo filme do diretor Edward Burns, 29, que vem sendo injustamente comparado a Woody Allen desde que estreou com "Os Irmãos McMullen" (1994). Acontece que Allen é incomparavelmente melhor.
São dois filmes autobiográficos, estrelados pelo próprio Burns, que põe em cena os conflitos dos homens de sua família de origem irlandesa.
Mas os conflitos são tratados à maneira sempre superficial do cinema americano -a não ser que descambem para um certo tom de comédia, como no caso de Woody Allen.
Tanto no primeiro quanto neste "Nosso Tipo de Mulher", a história trata dos desencontros amorosos de irmãos.
Também a exemplo do primeiro filme, aqui a mãe é uma grande ausente (nunca aparece, a não ser em referências).
É o mundo visto pela perspectiva dos homens: o pai Fitzpatrick e seus dois filhos, Francis (Mike McGlone) e Mickey (Edward Burns). Francis e Mickey têm personalidades e objetivos opostos.
Enquanto Francis é corretor de ações na bolsa, materialista e garanhão convicto, o outro é taxista sem grandes ideais de vida.
Os conflitos experimentados por ambos -e pelo pai e pela mãe ausente- resumem-se a uma espécie de culpa rala por um comportamento sexual, matrimonial e familiar que não convém ao catolicismo rarefeito a que ainda chamam, "irlandesamente", de religião.
De conteúdo mesmo acontece de o irmão mais velho (Francis) apaixonar-se pela ex-noiva do outro. De resto, é olhar para a cara e o corpo do diretor/ator Burns e tentar se emocionar.
Burns só tem, aliás, isso de melhor que Woody Allen: é muito bonito.

Filme: Nosso Tipo de Mulher Produção: EUA, 1996, 93 min. Direção: Edward Burns Elenco: Edward Burns, Mike McGlone, Cameron Diaz, Jennifer Aniston, John Mahoney Lançamento: Abril Vídeo (tel. 011/3766-4500)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.