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'Nosso Tipo de Mulher' é superficial
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
Este é o segundo filme do diretor
Edward Burns, 29, que vem sendo
injustamente comparado a
Woody Allen desde que estreou
com "Os Irmãos McMullen"
(1994). Acontece que Allen é incomparavelmente melhor.
São dois filmes autobiográficos,
estrelados pelo próprio Burns, que
põe em cena os conflitos dos homens de sua família de origem irlandesa.
Mas os conflitos são tratados à
maneira sempre superficial do cinema americano -a não ser que
descambem para um certo tom de
comédia, como no caso de Woody
Allen.
Tanto no primeiro quanto neste
"Nosso Tipo de Mulher", a história trata dos desencontros amorosos de irmãos.
Também a exemplo do primeiro
filme, aqui a mãe é uma grande ausente (nunca aparece, a não ser em
referências).
É o mundo visto pela perspectiva
dos homens: o pai Fitzpatrick e
seus dois filhos, Francis (Mike
McGlone) e Mickey (Edward
Burns). Francis e Mickey têm personalidades e objetivos opostos.
Enquanto Francis é corretor de
ações na bolsa, materialista e garanhão convicto, o outro é taxista
sem grandes ideais de vida.
Os conflitos experimentados por
ambos -e pelo pai e pela mãe ausente- resumem-se a uma espécie de culpa rala por um comportamento sexual, matrimonial e familiar que não convém ao catolicismo rarefeito a que ainda chamam, "irlandesamente", de religião.
De conteúdo mesmo acontece de
o irmão mais velho (Francis) apaixonar-se pela ex-noiva do outro.
De resto, é olhar para a cara e o
corpo do diretor/ator Burns e tentar se emocionar.
Burns só tem, aliás, isso de melhor que Woody Allen: é muito bonito.
Filme: Nosso Tipo de Mulher
Produção: EUA, 1996, 93 min.
Direção: Edward Burns
Elenco: Edward Burns, Mike McGlone,
Cameron Diaz, Jennifer Aniston, John
Mahoney
Lançamento: Abril Vídeo (tel.
011/3766-4500)
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