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NETVOX
Homens, mulheres e barganhas
MARIA ERCILIA
Colunista da Folha
Mulher barganha, pechincha e
discute preço muito melhor que
homem.
Ou não?
A julgar pelos frequentadores
do Site da Barganha (www.barganha.dcc.ufmg.br), a resposta é
não.
Nele é possível pechinchar com
o computador, para comprar livros usados. "Os homens têm
conseguido em média 70% do
desconto máximo, e as mulheres,
49%", afirma Virgílio de Almeida,
um dos orientadores do projeto,
conduzido pelo aluno de pós-graduação da Universidade Federal
de Minas Gerais Edgard Fiuza e
orientado também por Wagner
Meira.
Virgilio acredita que isso se deve ao fato de os homens terem
mais experiência com computadores. Ou talvez as mulheres tenham mais habilidade em barganhar com gente.
O fato é que, depois de algumas
tentativas, consegui algo como
45% de desconto do computador.
Mas não tenho do que me gabar,
já que um colega afirmou ter conseguido 100%.
Segundo Almeida, o valor médio das vendas tem ficado em torno de 17% acima do preço mínimo estabelecido por eles.
Por enquanto o site é apenas um
exercício acadêmico, embora se
possa fazer compras de verdade
através dele. São negociados livros usados, a maioria deles dos
alunos da UFMG. No site acontece somente a negociação do preço
-a transação propriamente dita
fica por conta de um acerto entre
comprador e vendedor.
Em breve, serão negociados
também CDs e fitas de vídeo.
Segundo Virgílio, cerca de 300
sessões de negociação têm ocorrido em média no site. Ele acredita
que a experiência da barganha seja mais natural na cultura brasileira, assim como na árabe e na
oriental.
"A gente nunca vê ninguém pechinchando em filme norte-americano", diz.
Mas o Site da Barganha tem um
precedente nos Estados Unidos: o
Kasbah, um mercado on line desenvolvido em 1996 no MIT
(Massachussetts Institute of
Technology - http://lcs.www.media.mit.edu/people/nelson/research/kasbah/node3.html).
Nele, o vendedor determinava o
preço mínimo que aceitaria e instruía o "agente", um programa de
computador. Diversos tipos de
objetos, entre eles relógios, canecas e livros, foram barganhados
no Kasbah. A diferença é que os
compradores também dispunham de agentes, que procuravam os menores preços. O Kasbah foi rebatizado recentemente
como MarketMaker (http://kasbah.media.mit.edu/).
NOTAS
Portunhol assassino
Insirá, foros, centos... que significarão estas palavras?
Elas aparecem nas páginas "em
português" do site Yupi, uma empresa argentina que resolveu criar
conteúdo regionalizado para o
Brasil, pelo jeito usando um tradutor automático dos mais vagabundos.
"Possua o logo do Yupi em sua
página", "faça o clic", "Classificados Yupi o realiza por você", e
"possui alguma pergunta" estão
entre as barbaridades contra a
nossa língua cometidas no site,
que solicita aos "yupinautas" que
somente enviem páginas "100%
em português" para inclusão em
seu diretório.
Festival independente
O MP3Clube acaba de abrir inscrições para um festival independente de música digital.
As categorias são: rock/pop, instrumental, MPB, new age/ world
music, black music/ soul e jazz/
blues. Só independentes podem
participar, e devem enviar músicas em CD, cassete, DAT ou MP3.
Os vencedores ganharão uma
página no site, serão incluídos em
um CD e participarão do show de
encerramento do concurso. Mais
informações no http://mp3clube.uol.com.br.
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