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Porto Alegre derrapa na curadoria
VALMIR SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O público estava lá, de 70 a 80
mil espectadores nos 16 dias de
festival. O ingresso permaneceu
subsidiado a R$ 5, apesar da redução do orçamento em R$ 600 mil
(de R$ 1,9 milhão para R$ 1,3 milhão). Mas o 9º Porto Alegre em
Cena, encerrado no domingo,
derrapou na curadoria dos espetáculos internacionais.
"Faltou ousadia artística de minha parte", afirma o coordenador-geral do evento, Marcos Barreto, 43. Ele diz que foi "voto vencido" em decisões do conselho
que define a programação.
Como a maioria dos espectadores, Barreto ficou frustrado, por
exemplo, com "Felliniana", do
italiano Potlach, que não convenceu na transposição dos personagens de Federico Fellini para o
palco. O projeto foi selecionado
por vídeo, método que a organização agora promete evitar.
Foi a primeira edição sem o comando do produtor e diretor Luciano Alabarse. Ele pontuou a
programação dos anos anteriores
com artistas consagrados na cena
internacional, como o encenador
inglês Peter Brook e a coreógrafa
alemã Sasha Waltz.
Entre as cinco atrações estrangeiras deste ano, Barreto destaca a
produção boliviana do Teatro de
los Andes, "La Ilíada". Escrito há
3.000 anos, o poema épico de Homero ajuda a interpretar as guerras contemporâneas.
Estabelece simbiose com os
gaúchos da Tribo de Atuadores Ói
Nóis Aqui Traveiz, que recria a
mitologia grega em "Aos Que Virão Depois de Nós -Kassandra in
Process". Durante três horas, e
sob o olhar feminino da protagonista, reverberam conflitos étnicos, nazismo, terrorismo etc.
Em nível nacional, Porto Alegre
reuniu companhias como Privilegiados (RJ), Cia. Amok (RJ), Cia.
dos Atores (RJ), Mystérios e Novidades (RJ), Parlapatões (SP), Cia.
Livre (SP), Boa Cia. (SP), Galpão
(MG) e Armatrux (MG).
O jornalista Valmir Santos viajou a convite da organização do festival
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