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CRÍTICA
"Plastic Soda" perde nas letras e cresce no resto
da Reportagem Local
Pelas frases
que fala, é possível perceber o
risco que ora ele
corre. Gozando
de status de
"cult" em círculos ainda fechados
do pop nacional, Júpiter Maçã parece estar convencido de sua genialidade -e, perigosamente, a
um passo da megalomania.
Não é bem assim. A aventura
em inglês afastou uma de suas
mais fortes características -a capacidade de compor letras inteligentes em português. Jamais cometeria a obviedade "amo fazer
amor", mas em inglês cometeu.
Mas, em que se pesem limitações e alguns equívocos, "Plastic
Soda" é, sim, o segundo álbum de
uma das grandes promessas nacionais de frescor e inventividade
para o novo século. Cresce se considerado com leveza, quem sabe
mesmo se ouvido ao fundo, tipo
"lounge".
Revela-se assim uma minicoleção simpática de delicadas bossas
retrô -"Welcome to the Shade",
"Plastic Soda", "Bridges of Redemption Park", "Please Don't
Disturb".
Quando mais solto e mais contactado com o Júpiter lunático de
antes, agiganta-se. É o que ocorre
em "24 Hours Nude" (David Bowie safra 71), ou, mais ainda, na
psicodelia embevecida de "The
True Love of the Spider", "Head-Head", "Collectors Inside Collection", sobretudo da serpenteante
"A Lad & a Maid in the Bloom".
Faz futurismo retrô, e essa é
mesmo uma das senhas de 1999
planeta afora -e não é ao vivo,
não tem cover. Ah. Mas não deve
ser o "Revolver" de 1999, não -o
mundo parece não precisar mais
dos Beatles. Ainda bem.
(PAS)
Avaliação:
Disco: Plastic Soda
Artista: Jupiter Apple
Lançamento: Matraca/Trama
Quanto: R$ 20, em média
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