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Di Cavalcanti
Triste fim de Lima Barreto
(27/06/43)
"Numa dessas minhas viagens para a Vila Militar, encontrei no trem Lima Barreto, que voltava para casa, cambaleante, sujo, cheirando a cachaça. Meus companheiros, reservistas como eu, olharam com desdém para aquele triste mulato e ficaram surpresos de ver que eu o acolhia com simpatia e mesmo com respeito.
- Quando chegar Engenho de Dentro, avise-me! - disse o boêmio espichando-se no banco e caindo num torpor barulhento, entre arrotos e uivos.
Queria saltar no Engenho de Dentro para continuar bebendo.
Estava no fim da vida o grande Lima Barreto. Muitas vezes conversei com ele na Livraria Schettino. O livreiro era o seu grande amigo.
Certa manhã, em minha companhia, Schettino abriu a pequenina loja da rua Sachet. E eu vi, espantado, emocionado, com estes olhos que sabem ver, o Lima Barreto emborcado sobre um montão de livros que ele atirara das estantes ao chão. Serviam-lhe de cama e estava roncando."
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