São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2004

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País põe passado acima de presente

DA REPORTAGEM LOCAL

Como passar do reconhecimento e do oba-oba em torno da arquitetura moderna ao quase completo esquecimento? As respostas, segundo os professores organizadores do livro "Arquitetura Moderna Brasileira", podem ser encontradas tanto na política externa dos Estados Unidos quanto na visão interna do Brasil sobre si mesmo.
Para Adrian Forty e Elisabetta Andreoli, um aspecto importante a ser considerado é o fim da política da boa vizinhança, praticada pelos Estados Unidos durante o governo de Franklin D. Roosevelt (1933-1945). "Com o advento da Guerra Fria, o Brasil e outros países da América Latina perderam importância para a política internacional." Os autores vêem também a parte interna do problema, "como os brasileiros se colocam diante de seu próprio passado e como consideram o presente em relação a este. Em suma, o de como a história é construída: pois não há nova arquitetura enquanto aquilo que a precedeu não se tenha tornado histórico".
A importância verificada nos anos 40 esteve representada pelo próprio "Brazil Builds", uma exposição de fotos de G. E. Kidder Smith no MoMA e um livro de quase 200 páginas escrito por Philip Goodwin.
"Brazil Builds" anunciou ao mundo um desenvolvimento arquitetônico mais ou menos desconhecido. No período que se seguiu a "Brazil Builds", até 1965, a arquitetura brasileira era bastante divulgada mundo afora. Depois, o interesse internacional pelo Brasil diminuiu, apesar de no país o legado dessa época continuar a exercer importância", explica Adrian Forty.
"Nosso livro tem objetivos diferentes de "Brazil Builds", além de ser escrito por profissionais brasileiros. Queremos entender a autoridade ainda existente dos modernistas brasileiros da geração de 45-60 e mostrar que a arquitetura do Brasil não parou em 1965. Continuou a se desenvolver, mas de uma maneira respeitosa à tradição do período anterior", conclui. (AM)


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