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País põe passado acima de presente
DA REPORTAGEM LOCAL
Como passar do reconhecimento e do oba-oba em torno da
arquitetura moderna ao quase
completo esquecimento? As respostas, segundo os professores
organizadores do livro "Arquitetura Moderna Brasileira", podem
ser encontradas tanto na política
externa dos Estados Unidos
quanto na visão interna do Brasil
sobre si mesmo.
Para Adrian Forty e Elisabetta
Andreoli, um aspecto importante
a ser considerado é o fim da política da boa vizinhança, praticada
pelos Estados Unidos durante o
governo de Franklin D. Roosevelt
(1933-1945). "Com o advento da
Guerra Fria, o Brasil e outros países da América Latina perderam
importância para a política internacional." Os autores vêem também a parte interna do problema,
"como os brasileiros se colocam
diante de seu próprio passado e
como consideram o presente em
relação a este. Em suma, o de como a história é construída: pois
não há nova arquitetura enquanto aquilo que a precedeu não se tenha tornado histórico".
A importância verificada nos
anos 40 esteve representada pelo
próprio "Brazil Builds", uma exposição de fotos de G. E. Kidder
Smith no MoMA e um livro de
quase 200 páginas escrito por Philip Goodwin.
"Brazil Builds" anunciou ao
mundo um desenvolvimento arquitetônico mais ou menos desconhecido. No período que se seguiu a "Brazil Builds", até 1965, a
arquitetura brasileira era bastante
divulgada mundo afora. Depois, o
interesse internacional pelo Brasil
diminuiu, apesar de no país o legado dessa época continuar a
exercer importância", explica
Adrian Forty.
"Nosso livro tem objetivos diferentes de "Brazil Builds", além de
ser escrito por profissionais brasileiros. Queremos entender a autoridade ainda existente dos modernistas brasileiros da geração
de 45-60 e mostrar que a arquitetura do Brasil não parou em 1965.
Continuou a se desenvolver, mas
de uma maneira respeitosa à tradição do período anterior", conclui.
(AM)
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