São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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Com sua estética, israelense atrai "órfãos do metal"

DA REPORTAGEM LOCAL

Skazi está isolado dentro da música eletrônica. É idolatrado por milhares de fãs, mas criticado até por quem gosta de trance psicodélico.
"Diferentemente do Infected Mushroom, o Skazi não tem ligação com a cultura histórica do psy trance. O Skazi é um roqueiro frustrado, ele era da cena punk", afirma Bruno Camargo, 32, o DJ Carbon23.
"A escola dele é outra. Quando ele traz essa influência roqueira para o psy, há um choque de culturas. Seu público são os órfãos do heavy metal. Do outro lado, há os que cultuam o psy trance e vêem nisso uma corrupção de valores."
Mais: "A música dele não acrescenta, não inova em timbres. São todas previsíveis, com abuso de clichês".
Já Gabriel Serrasqueiro, 25, que sob a alcunha Wrecked Machines é dos brasileiros mais bem-sucedidos no exterior, credita o sucesso de Skazi ao marketing que o israelense realiza com suas performances.
"O que ele faz é uma coisa própria, nem faz parte da cena trance. Mas esse negócio de guitarra e bateria é marketing. A música que é ouvida é a que sai do computador. Se estiver apenas ele no palco, vai sair a mesma coisa."
Música eletrônica de batidas rápidas, pontuada por efeitos lisérgicos, o trance psicodélico remonta ao hipismo e ao psicodelismo dos anos 60.
"No psy trance, a música sempre foi mais relevante do que o culto ao DJ. O que importa é dançar junto à natureza, numa celebração coletiva", afirma Camargo.
"O conceito de música eletrônica psicodélica veio do pessoal do psicodelismo dos anos 60, que depois se mudou para Goa, na Índia. Os hippies europeus levaram essa manifestação para Goa, e isso se transformou com a eletrônica. Pegou-se até o próprio estilo de vida, de acampar, de viver em sociedade auto-sustentável."


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