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Com sua estética, israelense atrai "órfãos do metal"
DA REPORTAGEM LOCAL
Skazi está isolado dentro da
música eletrônica. É idolatrado
por milhares de fãs, mas criticado até por quem gosta de
trance psicodélico.
"Diferentemente do Infected
Mushroom, o Skazi não tem ligação com a cultura histórica
do psy trance. O Skazi é um roqueiro frustrado, ele era da cena punk", afirma Bruno Camargo, 32, o DJ Carbon23.
"A escola dele é outra. Quando ele traz essa influência roqueira para o psy, há um choque de culturas. Seu público
são os órfãos do heavy metal.
Do outro lado, há os que cultuam o psy trance e vêem nisso
uma corrupção de valores."
Mais: "A música dele não
acrescenta, não inova em timbres. São todas previsíveis, com
abuso de clichês".
Já Gabriel Serrasqueiro, 25,
que sob a alcunha Wrecked
Machines é dos brasileiros
mais bem-sucedidos no exterior, credita o sucesso de Skazi
ao marketing que o israelense
realiza com suas performances.
"O que ele faz é uma coisa
própria, nem faz parte da cena
trance. Mas esse negócio de
guitarra e bateria é marketing.
A música que é ouvida é a que
sai do computador. Se estiver
apenas ele no palco, vai sair a
mesma coisa."
Música eletrônica de batidas
rápidas, pontuada por efeitos
lisérgicos, o trance psicodélico
remonta ao hipismo e ao psicodelismo dos anos 60.
"No psy trance, a música
sempre foi mais relevante do
que o culto ao DJ. O que importa é dançar junto à natureza,
numa celebração coletiva",
afirma Camargo.
"O conceito de música eletrônica psicodélica veio do pessoal do psicodelismo dos anos
60, que depois se mudou para
Goa, na Índia. Os hippies europeus levaram essa manifestação para Goa, e isso se transformou com a eletrônica. Pegou-se até o próprio estilo de vida,
de acampar, de viver em sociedade auto-sustentável."
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