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MÚSICA
Terceiro CD da banda escocesa, que planeja turnê pela América do Sul, chega ao Brasil; Trama também lança "Ten Rapid"
Mogwai muda status com "Rock Action"
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucas horas antes da festa de
Réveillon, o escocês Stuart Braithwaite, 25, guitarrista e vocalista do
Mogwai, ainda tentava se convencer de que sua banda fizera um
dos melhores discos pop de 2001.
Com "Rock Action", o Mogwai
entrou para o pelotão de elite das
bandas de rock dos anos 2000, representando a Escócia ao lado de
Belle & Sebastian e Arab Strap.
"Achamos tudo isso divertido,
mas não dá para ficar pensando
que a gente é o máximo", disse
Braithwaite, em entrevista exclusiva à Folha.
Lançado em abril mundo afora,
"Rock Action" chega agora ao
Brasil. Além dele, a gravadora
Trama também joga no mercado
nacional "Ten Rapid", coletânea
de músicas do Mogwai produzidas em 96 e 97.
Antes de bancar o DJ na festa do
Mogwai de virada do ano, Braithwaite concedeu a seguinte entrevista.
(CLAUDIA ASSEF)
Folha - Você também colocaria
"Rock Action" numa lista de melhores discos de 2001?
Stuart Braithwaite - Certamente
(risos). Achamos tudo isso divertido, mas não dá para ficar pensando que a gente é o máximo.
Quer dizer, é bom ser admirado.
Mas não é por isso que fazemos
discos. Fazemos para que as pessoas comprem. Assim a gente pode pagar nosso aluguel (risos).
Folha - O disco é mais viajante,
mais eletrônico... bem diferente de
coisas que o Mogwai já fez. O que
influenciou vocês?
Braithwaite - Não sei. Acho que o
fato de termos tocado ao vivo no
estúdio foi fundamental. Ao mesmo tempo, usamos uma parafernália tecnológica inédita no nosso
trabalho. E demoramos bastante
para fazer "Rock Action". Gravamos em seis meses, enquanto o
disco anterior ["Come on Die
Young"" foi gravado em cerca de
três semanas.
Folha - Quais são as influências
implícitas no som do Mogwai?
Braithwaite - Não sei. Acho que
Black Sabbath, Velvet Underground, Joy Division, Guns'n'Roses... Cada um na banda gosta de
coisas muito diferentes. Há poucas bandas que agradam a todos:
Joy Division e Guns'n'Roses.
Folha - Guns'n'Roses?
Braithwaite - Gostamos muito
deles. Já gravamos até uma cover
deles... não ficou muito boa, eles
fizeram bem melhor.
Folha - E de onde surgiu a idéia de
colocar elementos eletrônicos em
"Rock Action"?
Braithwaite - Gostamos muito
de música eletrônica, desde coisas
atuais, como Aphex Twin, até as
origens de tudo, como Kraftwerk.
Gostamos muito da sonoridade
eletrônica, mais até do que de sair
para dançar.
Folha - "Rock Action" está saindo
agora no Brasil, mas vocês já estão
promovendo novo EP ["My Father,
My King""...
Braithwaite - Trabalhamos muito em 2001. Achamos que produzindo bastante temos mais chances de fazer músicas boas [risos".
Foi legal ter a produção do [lendário produtor de rock" Steve Albini, nunca tínhamos gravado com
ele. É um cara que sabe trabalhar
muito bem com os microfones...
Folha - Há chances de trazer a turnê de "Rock Action" para o Brasil?
Braithwaite - Sim, estamos planejando uma passagem pela
América do Sul no começo do verão [europeu].
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