São Paulo, quarta-feira, 02 de janeiro de 2002

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MÚSICA

Terceiro CD da banda escocesa, que planeja turnê pela América do Sul, chega ao Brasil; Trama também lança "Ten Rapid"

Mogwai muda status com "Rock Action"

DA REPORTAGEM LOCAL

Poucas horas antes da festa de Réveillon, o escocês Stuart Braithwaite, 25, guitarrista e vocalista do Mogwai, ainda tentava se convencer de que sua banda fizera um dos melhores discos pop de 2001.
Com "Rock Action", o Mogwai entrou para o pelotão de elite das bandas de rock dos anos 2000, representando a Escócia ao lado de Belle & Sebastian e Arab Strap.
"Achamos tudo isso divertido, mas não dá para ficar pensando que a gente é o máximo", disse Braithwaite, em entrevista exclusiva à Folha.
Lançado em abril mundo afora, "Rock Action" chega agora ao Brasil. Além dele, a gravadora Trama também joga no mercado nacional "Ten Rapid", coletânea de músicas do Mogwai produzidas em 96 e 97.
Antes de bancar o DJ na festa do Mogwai de virada do ano, Braithwaite concedeu a seguinte entrevista. (CLAUDIA ASSEF)

Folha - Você também colocaria "Rock Action" numa lista de melhores discos de 2001?
Stuart Braithwaite -
Certamente (risos). Achamos tudo isso divertido, mas não dá para ficar pensando que a gente é o máximo. Quer dizer, é bom ser admirado. Mas não é por isso que fazemos discos. Fazemos para que as pessoas comprem. Assim a gente pode pagar nosso aluguel (risos).

Folha - O disco é mais viajante, mais eletrônico... bem diferente de coisas que o Mogwai já fez. O que influenciou vocês?
Braithwaite -
Não sei. Acho que o fato de termos tocado ao vivo no estúdio foi fundamental. Ao mesmo tempo, usamos uma parafernália tecnológica inédita no nosso trabalho. E demoramos bastante para fazer "Rock Action". Gravamos em seis meses, enquanto o disco anterior ["Come on Die Young"" foi gravado em cerca de três semanas.

Folha - Quais são as influências implícitas no som do Mogwai?
Braithwaite -
Não sei. Acho que Black Sabbath, Velvet Underground, Joy Division, Guns'n'Roses... Cada um na banda gosta de coisas muito diferentes. Há poucas bandas que agradam a todos: Joy Division e Guns'n'Roses.

Folha - Guns'n'Roses?
Braithwaite -
Gostamos muito deles. Já gravamos até uma cover deles... não ficou muito boa, eles fizeram bem melhor.

Folha - E de onde surgiu a idéia de colocar elementos eletrônicos em "Rock Action"?
Braithwaite -
Gostamos muito de música eletrônica, desde coisas atuais, como Aphex Twin, até as origens de tudo, como Kraftwerk. Gostamos muito da sonoridade eletrônica, mais até do que de sair para dançar.

Folha - "Rock Action" está saindo agora no Brasil, mas vocês já estão promovendo novo EP ["My Father, My King""...
Braithwaite -
Trabalhamos muito em 2001. Achamos que produzindo bastante temos mais chances de fazer músicas boas [risos". Foi legal ter a produção do [lendário produtor de rock" Steve Albini, nunca tínhamos gravado com ele. É um cara que sabe trabalhar muito bem com os microfones...

Folha - Há chances de trazer a turnê de "Rock Action" para o Brasil?
Braithwaite -
Sim, estamos planejando uma passagem pela América do Sul no começo do verão [europeu].


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