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O DIRETOR
"John era cínico. Paul, teatral", afirma Lester
DA REPORTAGEM LOCAL
Leia abaixo entrevista com
Richard Lester, diretor de
"Beatles - Os Reis do Iê-Iê-Iê", realizada no ano passado e cedida à Folha pela Miramax Films.
Pergunta - Fale sobre a obsessão dos fãs. Basicamente
eles não podiam ir a lugar nenhum sem serem incomodados?
Richard Lester - No momento em que começamos a
escrever o filme, eles foram
ao "Ed Sullivan Show",
quando suas personalidades
e músicas passaram a ser conhecidas mundialmente. No
início das filmagens, nosso
maior desafio era não deixar
o público saber que nós estávamos rodando.
Pergunta - Quantas câmeras foram usadas?
Lester - Em média, nas sequências musicais, foram
usadas três. No concerto,
seis. Alguns câmeras no palco, outros atrás e três na platéia. Um deles se posicionou
no meio das garotas. No
quarto dia, tivemos de levá-lo ao dentista, porque seus
dentes de trás trincaram
com a gritaria.
Pergunta - Fale um pouco
dos Beatles nas filmagens.
Lester - John não tinha paciência com gente enfadonha. Era intolerante, perspicaz e cínico. Paul era o mais
teatral e tentou atuar demais, mas foi sempre adorável. George manteve sua essência, fazia o que a cena pedia. E Ringo era aquele que
ninguém percebia, mas
mantinha a banda unida.
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