São Paulo, sexta-feira, 02 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No Pillar, loja deu lugar a cozinha de qualidade



JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA



Não dá para apostar que uma artista plástica, ao abrir uma loja, seja bem-sucedida ao instalar ali também um restaurante. Mas, por mais que se vá com certa desconfiança ao Pillar (que, além de reunir as condições mencionadas, ainda se mistura à moda cafona de colocar letras duplas no nome), logo se percebe que ele reúne qualidades culinárias. Ou seja, ali a fórmula deu certo.
O principal componente da equação chama-se Monica Gribel, a artista. Carioca de 30 anos, cozinheira amadora e designer profissional, ela instalou em agosto de 1999 um showroom para os móveis que desenha. O local escolhido foi uma casa que abrigou o ateliê de outro artista plástico, John Gras. Logo o showroom saiu de lá, ficando o pequeno café do térreo e o restaurante no segundo andar.
Restaurante igualmente pequeno, com apenas 32 lugares em mesas que dão vista para a copa das árvores da rua. Um barzinho tem oferta limitada de bebidas; o serviço tem ar meio precário, mas simpático; o ambiente lembra o de uma residência moderna de bom gosto, misturando sofás e mesas, além dos móveis retilíneos desenhados pela proprietária.
Também pequeno é o cardápio, mas simpático. Principalmente italiano, ele é bem confeccionado pelo chef Benedito Santos, que executa os pratos imaginados por Monica. A salada verde com pato desfiado e framboesa tem um molho de nozes delicado; os farfalle com molho de perdiz são saborosos, apesar do molho engrossado desnecessariamente; o salmão grelhado é suculento, ao lado do indefectível purê de mandioquinha; a perdiz assada é tenra (quase sempre, em restaurantes, vem com peito ressecado), apoiada em polenta fresca.
Há sobremesas que não decepcionam (torta de queijo com calda de gengibre; souflé de chocolate). E vinhos poucos, mas abordáveis. Nada mau para quem queria apenas vender seus móveis.


Cotação: $$°Avaliação:   Restaurante: Pillar (r. Joaquim Antunes, 489, Pinheiros, tel. 0/xx/ 11/3085-4667)
Horário: de seg. a sáb., das 12h às 15h30 e das 19h à 0h30 (o café funciona das 9h à 0h30)
Ambiente: uma salinha gostosa, com cara de casa
Serviço: simples, mas simpático
Cozinha: italiana, com pratos poucos e bons
Quanto: entradas, de R$ 6,90 a R$ 16; pratos principais, de R$ 12 a R$ 25; sobremesas, de R$ 3,50 a R$ 8,50

$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  


RADICAL

Verão no La Casserole tem pratos frios
Não se contentando em oferecer pratos leves nas sugestões preparadas para o verão, o restaurante La Casserole (lg. do Arouche, 346, centro) resolveu radicalizar. Agora oferece também um menu frio, do começo ao fim. Ao preço de R$ 30, são três opções de entrada, sobremesa e pratos principais como salmão frio ao molho de iogurte e ervas, terrine de cordeiro com confit de berinjela, tomate e abobrinha, ou aïoli de frutos do mar e legumes frios.

ABERTURA

Cardápio simples com assinatura de peso
Inaugurado ontem, o Café Magnólia, em Moema (al. dos Arapanés, 106), prometia uma combinação de extremos. No cardápio, apenas saladas e sanduíches. Na assinatura dos pratos triviais, um chef francês habituado à alta cozinha. Trata-se de Michel Darqué, que criou o menu para a nova casa, utilizando ingredientes importados da França, inclusive os doces e o café.


Texto Anterior: Short Drinks
Próximo Texto: Assim Não - Cantaloup: Cliente paga caro por charuto
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.