São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2001

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MODA

Versace mostrou coleção anteontem em Milão, onde os desfiles vão até 6 de março; depois o prêt-à-porter vai a Paris

Mulher assume elegância "inteligente"

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO

A mulher Versace deixa de ser apenas um bibelô embelezando as ruas de Milão e do mundo e quer assumir a figura de uma elegante executiva, que arregaça as mangas de seu tailleur Versace, trabalha e viaja a negócios, mantendo seu glamour e seu chic-ismo. Ao menos é o que parece propor a coleção da marca, apresentada num megadesfile na noite de anteontem, dentro da temporada de lançamentos de outono-inverno 2001/2002 na cidade. Os desfiles de Milão vão até 6 de março e depois o prêt-à-porter termina em Paris.
Não são tempos de menos luxo, mas de menos luxúria. Saem as cores extravagantes e estampas ostensivas; entra em cena uma mulher mais inteligente e concentrada, menos fútil. Para tanto, a estilista Donatella Versace evoca os valores da executiva dos anos 80, firme e segura, que aparece aqui em terninhos de jérsei cinza ou marrom com pantalonas de corte impecável usadas com botas de salto alto de metal.
Suntuosas parcas forradas com pele de marta e casacos de vison são seus acessórios, muitas vezes arrastados pelo chão, como fez a modelo Isabeli Fontana, com um mantô branco com rajadas coloridas, no look de vestido-camisa justíssimo em pink very 80's.
Como sempre, Donatella propõe a exaltação das formas femininas, agora com recortes e estruturas que parecem de fato privilegiar o corpo da mulher, como nas calças justas em malha com pregas que parecem criar ilusões visuais, fazendo crescer as pernas e alongando a silhueta.
Jaquetinhas mais curtas e justas em cashmere dublado ganham nervuras na cintura, para efeito blusê, e também os vestidos têm detalhe nos quadris, como faixas franzidas e até mesmo um cintão de couro marrom que parece "segurar" o bem mais precioso das popozudas de Versace.
Nem sempre essas tentativas deram certo, principalmente nos vestidos de noite, irregulares em sua elegância de vocação hollywoodiana, um deles corseletado com seios achatados à la Gucci, outro na estampa de penacho colorida que se propõe a definir a estação. O outro padrão é em listras na vertical, tipo pinceladas, mas não se aproxima da deliciosa jungle print de outros carnavais.
O couro trabalhado em casacos como falso índigo, estonado, é a melhor coisa da coleção, e os acessórios, entretanto, crescem bastante neste inverno, como na bolsa croco azul e na de alcinha preta tipo Chanel.


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