|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MODA
Versace mostrou coleção anteontem em Milão, onde os desfiles vão até 6 de março; depois o prêt-à-porter vai a Paris
Mulher assume elegância "inteligente"
ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO
A mulher Versace deixa de ser
apenas um bibelô embelezando
as ruas de Milão e do mundo e
quer assumir a figura de uma elegante executiva, que arregaça as
mangas de seu tailleur Versace,
trabalha e viaja a negócios, mantendo seu glamour e seu chic-ismo. Ao menos é o que parece propor a coleção da marca, apresentada num megadesfile na noite de
anteontem, dentro da temporada
de lançamentos de outono-inverno 2001/2002 na cidade. Os desfiles de Milão vão até 6 de março e
depois o prêt-à-porter termina
em Paris.
Não são tempos de menos luxo,
mas de menos luxúria. Saem as
cores extravagantes e estampas
ostensivas; entra em cena uma
mulher mais inteligente e concentrada, menos fútil. Para tanto, a
estilista Donatella Versace evoca
os valores da executiva dos anos
80, firme e segura, que aparece
aqui em terninhos de jérsei cinza
ou marrom com pantalonas de
corte impecável usadas com botas
de salto alto de metal.
Suntuosas parcas forradas com
pele de marta e casacos de vison
são seus acessórios, muitas vezes
arrastados pelo chão, como fez a
modelo Isabeli Fontana, com um
mantô branco com rajadas coloridas, no look de vestido-camisa
justíssimo em pink very 80's.
Como sempre, Donatella propõe a exaltação das formas femininas, agora com recortes e estruturas que parecem de fato privilegiar o corpo da mulher, como nas
calças justas em malha com pregas que parecem criar ilusões visuais, fazendo crescer as pernas e
alongando a silhueta.
Jaquetinhas mais curtas e justas
em cashmere dublado ganham
nervuras na cintura, para efeito
blusê, e também os vestidos têm
detalhe nos quadris, como faixas
franzidas e até mesmo um cintão
de couro marrom que parece "segurar" o bem mais precioso das
popozudas de Versace.
Nem sempre essas tentativas
deram certo, principalmente nos
vestidos de noite, irregulares em
sua elegância de vocação hollywoodiana, um deles corseletado
com seios achatados à la Gucci,
outro na estampa de penacho colorida que se propõe a definir a estação. O outro padrão é em listras
na vertical, tipo pinceladas, mas
não se aproxima da deliciosa jungle print de outros carnavais.
O couro trabalhado em casacos
como falso índigo, estonado, é a
melhor coisa da coleção, e os acessórios, entretanto, crescem bastante neste inverno, como na bolsa croco azul e na de alcinha preta
tipo Chanel.
Texto Anterior: Erika Palomino Próximo Texto: Fashionista Índice
|