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RUÍDO
Gravadoras demitem e mudam para fábricas
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise no ambiente fonográfico se intensifica, atingindo a multinacional EMI. O
vice-presidente de marketing,
André Matalon, foi um dos demitidos na filial brasileira, em
nova leva mundial de demissões, de cerca de 1.500 funcionários.
Segundo o próprio Matalon,
seu cargo foi extinto. "É uma decisão financeira. O exterior quer
um resultado que nosso mercado não comporta", afirma ele,
referindo-se à matriz EMI e à difícil situação do mercado local.
Segundo a EMI, o diretor artístico da casa, Jorge Davidson,
assumirá também a gestão de
marketing. A gravadora diz que
no Brasil foram sete demitidos
-o que representaria cerca de
8% do quadro de funcionários.
Num outro sintoma da crise, a
EMI e a BMG já transferiram para dentro de fábricas de CDs
seus escritórios paulistanos (no
Brasil, as sedes principais ficam
no Rio de Janeiro).
A próxima a se mudar é a
Warner de São Paulo, que a partir de julho dará expediente dentro da Videolar, em Alphaville.
"As instalações são bem melhores, o espaço é mais nobre e
maior", argumenta o diretor de
marketing da gravadora, Marcelo Maia. "A proximidade com a
Videolar, que fabrica e distribui
nossos produtos, nos trará uma
maior integração", diz.
Ele explica que as duas empresas são independentes: "Nós os
contratamos para fabricarem e
para distribuírem nossos CDs".
No entanto, a Warner é que agora ficará dentro da Videolar.
O NÃO-LANÇAMENTO
Entre os grupos do rock
viajandão dos anos 70, O
Terço era o mais preocupado com a eleboração de arranjos e vocais -o disco
"Vento Sul" (72), de Marcos
Valle, foi um dos que deram
asas soltas a seus músicos.
Em carreira própria, O Terço gravou desde o final dos
anos 60; alguns de seus títulos mais importantes ("Criaturas da Noite", de 75, "Casa
Encantada", de 76) já saíram
em CD pela EMI, mas esse
não é o caso do sofisticado
"Mudança de Tempo" (78).
A situação atual da EMI não
favorece esperanças.
NA SUA 1
A cantora Ana Carolina
invadiu a novela "Celebridade"
nesta semana -apareceu não
só cantando mas sendo
elogiada na boca de vários
personagens da trama global.
Sua empresária, Marilene
Gondim (que também
apareceu e foi citada
nominalmente), diz que foi
tudo gratuito: "Ana não
recebeu nenhum cachê e nem a
gravadora pagou à Globo para
que ela estivesse na novela".
NA SUA 2
A BMG, gravadora de Ana
Carolina, não se pronuncia
sobre o assunto -mas já tem
os Titãs escalados para
participar de "Celebridade". A
gravadora da Rede Globo, Som
Livre, diz que as participações
de artistas são interessantes
para todas as partes. Não
relaciona a investida às
vendagens relativamente
baixas da trilha da novela -de
que Ana Carolina e Titãs
participam. Mas um CD extra
só de sambas está sendo
preparado, para acompanhar a
fase "popular" de Maria Clara
Diniz (Malu Mader). O Só pra
Contrariar está na lista.
NA FRONTEIRA
Demolir fronteiras entre
gêneros bem distintos de
músicas será o objetivo do
projeto "Livre Elétron", que
ocupará quatro terças-feiras
do Centro Cultural Banco do
Brasil a partir do próximo dia
13. Artistas eletrônicos como
Anvil FX, Bojo e Loop B farão
shows conjuntos com artistas
eruditos como o maestro Jorge
Antunes e o Quarteto Fauré.
ELEIÇÃO INDIE
O Prêmio Dynamite avança
na direção de se tornar
referência no ambiente da
música independente
brasileira. As votações da
edição 2004 estão abertas para
categorias como álbuns de
rock, punk e hardcore, rap e
black music, MPB, música
eletrônica, instrumental. Os
indicados podem ser votados
em eleição direta no endereço
http://premio.dynamite.com.br, até o próximo dia 10.
psanches@folhasp.com.br
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