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A terra, o homem, a luta, o cinema
Folha visita a mítica Canudos, onde 73% dos habitantes têm Bolsa Família e que ganha, agora, o primeiro cineclube
ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A CANUDOS (BA)
Quando Euclydes da Cunha
escreveu sua obra mais famosa,
o sertão de Canudos ainda não
tinha virado mar. Mas tinha ficado famoso pela guerra e pelo
"desnorteado apóstolo" Antônio Conselheiro. Da publicação
de "Os Sertões" (1902) para cá,
Canudos foi alagada por um
açude, reerguida e mitificada.
Sergio Rezende fez o filme
"Guerra de Canudos", Zé Celso
levou a saga ao teatro e dezenas
de produtores culturais vieram
à cidade com editais, câmeras e
laptops. "As pessoas vêm, levam nossa história e Canudos
segue aqui, paradinha", diz
Darlene dos Santos, 16.
Desta vez, o que chegou foi
um cineclube. O acervo inicial é
formado por títulos da GloboFilmes. Na cidade em que 73%
dos habitantes recebem o Bolsa
Família e o celular existe há
menos de um ano, o cinema parece anunciar, para os jovens,
uma nova narrativa para a sina
descrita em "Os Sertões". Para
os mais velhos, é outro sonho
que a cidade verá murchar.
As jornalistas ANA PAULA SOUSA e LETÍCIA
MOREIRA viajaram a convite da organização do
Cine Fest.
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