São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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Diversidade dá o tom do Festival de Cinema Judaico

Na 14ª edição, evento traz 34 filmes de países como Dinamarca e Austrália

Entre os destaques, está "A Garota do Trem", do francês André Téchiné; Holocausto também é lembrado em produções

AMANDA QUEIRÓS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os quipás ainda estão lá, entre bar-mitzvás e comidas kosher. Mas, em sua 14ª edição, o Festival de Cinema Judaico de São Paulo foi buscar suas referências também além das fronteiras de Israel.
Com uma roupagem mais plural, a programação deste ano inclui filmes de países como México, Dinamarca, Austrália, Rússia e Brasil.
São 30 longas e quatro curtas que serão exibidos de hoje até domingo em seis espaços diferentes da cidade.
A seleção optou por priorizar títulos leves, como comédias e dramas do cotidiano, pinçados em festivais do mesmo gênero mundo afora.
"A ideia é trazer coisas novas, que não estão na boca de todo mundo", afirma a curadora, Daniela Wasserstein.
Faltam, no entanto, grandes nomes. O mais célebre entre os escalados é o do francês André Téchiné, premiado como melhor diretor no Festival de Cannes por "Rendez-vous" (1985). Ele dirigiu "A Garota do Trem", com Catherine Deneuve, um dos destaques da mostra.
A seleção inclui ainda outros títulos premiados, como "Cinco Dias sem Nora", da mexicana Mariana Chenillo ("Mar Adentro"), vencedor do Festival de Mar del Plata.
Há rostos conhecidos. Matthew Broderick ("Curtindo a Vida Adoidado") está em "Wonderful World" (mundo maravilhoso), de Joshua Goldin, e Toni Collette ("Pequena Miss Sunshine") está na ficção australiana "Ei, ei, é Esther Blueberger", de Cathy Randal.

QUESTÃO FORTE
O Holocausto, no entanto, continua em cena. Das 14 ficções da mostra, quatro abordam o tema.
Entre os que seguem essa linha, está o documentário de abertura, "Marcha da Vida" (EUA), de Jessica Sanders, que será exibido hoje, às 19h30, na Hebraica, somente para convidados.
Idealizado pelo brasileiro Marcio Pitliuk, o filme acompanha estudantes em visita a campos de concentração.
"Essa questão ainda é muito forte na comunidade judaica. Não dá para fugir disso -nem queremos. Nossa função é não deixar que ela seja esquecida", disse Bruno Szlak, vice-presidente cultural da Hebraica, organizadora do evento.


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