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Diversidade dá o tom do Festival de Cinema Judaico
Na 14ª edição, evento traz 34 filmes de países como Dinamarca e Austrália
Entre os destaques, está "A Garota do Trem", do francês André Téchiné; Holocausto também é lembrado em produções
AMANDA QUEIRÓS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os quipás ainda estão lá,
entre bar-mitzvás e comidas
kosher. Mas, em sua 14ª edição, o Festival de Cinema Judaico de São Paulo foi buscar
suas referências também
além das fronteiras de Israel.
Com uma roupagem mais
plural, a programação deste
ano inclui filmes de países
como México, Dinamarca,
Austrália, Rússia e Brasil.
São 30 longas e quatro curtas que serão exibidos de hoje até domingo em seis espaços diferentes da cidade.
A seleção optou por priorizar títulos leves, como comédias e dramas do cotidiano,
pinçados em festivais do
mesmo gênero mundo afora.
"A ideia é trazer coisas novas, que não estão na boca de
todo mundo", afirma a curadora, Daniela Wasserstein.
Faltam, no entanto, grandes nomes. O mais célebre
entre os escalados é o do
francês André Téchiné, premiado como melhor diretor
no Festival de Cannes por
"Rendez-vous" (1985). Ele dirigiu "A Garota do Trem",
com Catherine Deneuve, um
dos destaques da mostra.
A seleção inclui ainda outros títulos premiados, como
"Cinco Dias sem Nora", da
mexicana Mariana Chenillo
("Mar Adentro"), vencedor
do Festival de Mar del Plata.
Há rostos conhecidos.
Matthew Broderick ("Curtindo a Vida Adoidado") está
em "Wonderful World"
(mundo maravilhoso), de
Joshua Goldin, e Toni Collette ("Pequena Miss Sunshine") está na ficção australiana "Ei, ei, é Esther Blueberger", de Cathy Randal.
QUESTÃO FORTE
O Holocausto, no entanto,
continua em cena. Das 14 ficções da mostra, quatro abordam o tema.
Entre os que seguem essa
linha, está o documentário
de abertura, "Marcha da Vida" (EUA), de Jessica Sanders, que será exibido hoje,
às 19h30, na Hebraica, somente para convidados.
Idealizado pelo brasileiro
Marcio Pitliuk, o filme acompanha estudantes em visita a
campos de concentração.
"Essa questão ainda é
muito forte na comunidade
judaica. Não dá para fugir
disso -nem queremos. Nossa função é não deixar que
ela seja esquecida", disse
Bruno Szlak, vice-presidente
cultural da Hebraica, organizadora do evento.
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