São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Repleto de clichês, filme de Madonna provoca risos

'W.E.', exibido em Veneza, é colagem de lugares-comuns cinematográficos

"Fui e sou atraída por pessoas criativas. Por isso me casei com Sean Penn e Guy Ritchie", afirma a pop star

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM VENEZA


Se Veneza adora um astro de cinema, ama ainda mais um popstar. Madonna passou como um furacão pelo 68º Festival de Veneza: sessão de imprensa lotada, coletiva idem. Tudo por conta de sua segunda aventura atrás das câmeras, "W.E.", exibido fora de competição na manhã de ontem.
Ela faz um paralelo de duas histórias, uma no passado, outra no presente, uma real, outra ficcional. A primeira é o romance da norte-americana Wallis Simpson (Andrea Riseborough) com o rei Eduardo 8º (James D'Arcy), que provocou sua abdicação do trono inglês em dezembro de 1936. A segunda história é a vida de Wally (Abbie Cornish), infeliz no casamento com um médico.
"Fiquei profundamente obcecada por tentar entender a razão pela qual um homem renunciaria à sua posição por amor", disse Madonna. Indagada se abdicaria de seu trono de rainha do pop por um homem ou mulher, ela respondeu: "Acho que posso ter as duas coisas. Ou as três".

INFLUÊNCIAS
Sua paixão pelo cinema, afirmou, vem de longe. "Sempre vi muitos filmes e fui inspirada por eles." Seus ex-maridos também foram influências. "Fui e sou atraída por pessoas criativas. Por isso me casei com Sean Penn e Guy Ritchie, dois diretores muito talentosos, que me apoiaram como cineasta", afirmou Madonna.
Tantas inspirações são evidentes. "W.E." é uma colagem de vários diretores, cenas de filmes e clichês cinematográficos. Há um tanto de "Amor à Flor da Pele", de Wong Kar-wai, no uso insistente de câmera lenta com música, imagens granuladas para as sequências íntimas de Wallis e Eduardo, trechos roubados de filmes de terror no apartamento de Wally.

CLICHÊS RISÍVEIS
Mas os lugares-comuns não ficam restritos à imagem. O roteiro, escrito pela própria diretora em parceria com Alek Keshishian, tem diálogos que provocaram risos involuntariamente na sessão de imprensa.
E colocar no caminho de Wally um segurança estrangeiro, intelectual, pianista e sensível é digno de livrinhos açucarados como "Julia" ou "Bianca" -e curioso para a cantora que escandalizou o mundo com videoclipes como "Like a Prayer". Melhor talvez seja Madonna continuar se garantindo como rainha do pop. Na música, sim, ela é a artista ousada que todos gostam de ver e ouvir.
(MARIANE MORISAWA)


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