São Paulo, Quinta-feira, 02 de Setembro de 1999
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FESTIVAL
Homenagens a jazzistas históricos e shows de tecno de ponta dominarão palco principal, em outubro
Free Jazz vai de Duke Ellington a Orbital

da Reportagem Local

Abrangendo de homenagens a Duke Ellington e Louis Armstrong ao tecno "mainstream" de Orbital e Propellerheads, a programação da 14ª edição do Free Jazz Festival (leia quadro ao lado) volta a investir no ecletismo.
Segundo a produtora Monique Gardenberg, não houve encolhimento de investimentos na contratação de artistas -mas foram cancelados os shows de Curitiba e Porto Alegre, e o evento neste ano só ocorre no Rio de Janeiro (de 14 a 16 de outubro, no MAM) e em São Paulo (de 15 a 17, no Jockey Club).
Nos três dias de shows nas duas cidades, passam pelo palco principal jazz, música eletrônica e black music. No front jazz, vêm Nicholas Payton (homenageando Louis Armstrong), Louie Bellson, Clark Terry e The Williams Brothers Tap Dancers (celebrando Duke Ellington) e Joshua Redman (em apresentação dedicada à "canção clássica americana").
Do tecno vem o maior cachê desta edição, para o Orbital (em jazz, o George Shearing Quintet, que toca no palco Club, acumula o maior cachê -metade do valor do do Orbital, ambos não revelados). A noite se completa com os Propellerheads -com possível vinda da cantora Shirley Bassey- e termina com o DJ Darren Emerson, do Underworld.
Para a noite que a organização chama de "black", vêm Eagle-Eye Cherry (irmão de Neneh Cherry, que se apresentou no festival há dois anos), Finley Quaye e o grupo The Roots, com participação do rapper carioca MV Bill.
Gardenberg diz que não partiu da direção do evento a série de nomes cogitados nos últimos meses e afinal não confirmados, como Lauryn Hill, Fatboy Slim, Burt Bacharach e Elvis Costello, Maxwell, Morphine e outros vários.
"É incrível, mas nós não estimulamos a boataria. O aumento do dólar desestabilizou a estrutura do festival. O anúncio da programação demorou em função do acidente econômico com o dólar, e isso cria ansiedade e estimula a especulação."
Ela não economiza farpas para alguns dos nomes sondados. Sobre Fatboy Slim: "Já o convidamos duas vezes, ele chegou a mandar um contrato. No fim disse que se casou, quer ter um filho, e ele e a mulher estão cansados da mídia. O Free Jazz não deve convidá-lo de novo, porque ele não é profissional nesse sentido".
Sobre Beck: "Ele vem sendo procurado, sim, mas é muito confuso, muda muito de idéia". Sobre a rapper Missy Elliott: "O set dela só tem 30 minutos".
Os ingressos só começam a ser vendidos no próximo dia 15. Nesse mesmo dia, estréia o site do festival (www.fjazz.com.br), que inaugurará a venda de bilhetes pela Internet.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


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