São Paulo, sexta-feira, 03 de abril de 2009

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SPORTSWEAR

Consumidor vai mudar, diz presidente da Puma

As trocas entre a moda e a roupa esportiva têm crescido a cada ano. Estilistas são convidados a criar para marcas de sportswear, e elementos deste vestuário vão influenciando cada dia mais o prêt-à-porter.
Para o presidente mundial da Puma, o alemão Jochen Zeitz, a conexão é absolutamente natural. "Hoje em dia, todos querem ter uma vida ativa, e isso acaba tendo um impacto no modo como as pessoas se vestem", diz.
A inovação tecnológica é atualmente um ponto crucial na realização de roupas esportivas. A Puma investe cerca de 3% do faturamento em pesquisas feitas com universidades e indústrias químicas, criando ou testando novos materiais e produtos -como uma bota feita recentemente, que protege tanto do gelo quanto do calor.
Os designers de moda precisam acrescentar a essa produção um elemento fundamental: beleza. "O consumidor não quer apenas produtos que tenham um ótimo rendimento, mas que também sejam bonitos", afirma Zeitz, 45. Por isso, a Puma tem em sua equipe dois dos mais visionários estilistas do mundo: Hussein Chalayan, diretor criativo da marca, e Alexander McQueen, que desenvolve uma linha de calçados.
Presidente da Puma desde 1993, Zeitz esteve no Brasil na última semana para lançar uma linha de roupas náuticas e assistir à chegada no Rio dos veleiros da Volvo Ocean Race, competição mundial em que a Puma patrocina um dos barcos.
Os barcos se atrasaram, e ele não pôde encontrar os velejadores, mas não perdeu seu tempo no país. Aproveitou para se reunir com alguns dos diretores da Puma na América Latina, onde a empresa cresceu 30% no último ano -só no Brasil já são 14 lojas. "A América Latina representa, hoje, 10% de nosso mercado", conta Zeitz.
Segundo ele, a crise econômica não afetou a Puma do ponto de vista financeiro. "Não temos dívidas com bancos", conta. Mas acabou atacando a empresa pela via do consumo. "Estamos sendo atingidos sobretudo em países emergentes, como a Ucrânia, onde as coisas vão muito mal." A situação levou a marca a rever todos os seus planos de crescimento, inclusive no Brasil.
A Puma calcula que a crise durará dois anos -até 2011. "Você tem de esperar pelo pior. Se as coisas melhorarem antes, teremos motivo para ficarmos contentes", diz.
Depois dela, na opinião de Zeitz, muita coisa deve mudar, sobretudo a mentalidade dos consumidores. "Eles vão pensar mais em maneiras de melhorar o mundo, como, por exemplo, as condições ambientais do planeta. As marcas só serão bem-sucedidas se pensarem em algo mais do que apenas gerar lucros", sentencia.


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