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SPORTSWEAR
Consumidor vai mudar, diz presidente da Puma
As trocas entre a moda e a
roupa esportiva têm crescido a
cada ano. Estilistas são convidados a criar para marcas de
sportswear, e elementos deste
vestuário vão influenciando cada dia mais o prêt-à-porter.
Para o presidente mundial da
Puma, o alemão Jochen Zeitz, a
conexão é absolutamente natural. "Hoje em dia, todos querem
ter uma vida ativa, e isso acaba
tendo um impacto no modo como as pessoas se vestem", diz.
A inovação tecnológica é
atualmente um ponto crucial
na realização de roupas esportivas. A Puma investe cerca de
3% do faturamento em pesquisas feitas com universidades e
indústrias químicas, criando ou
testando novos materiais e produtos -como uma bota feita
recentemente, que protege
tanto do gelo quanto do calor.
Os designers de moda precisam acrescentar a essa produção um elemento fundamental:
beleza. "O consumidor não
quer apenas produtos que tenham um ótimo rendimento,
mas que também sejam bonitos", afirma Zeitz, 45. Por isso, a
Puma tem em sua equipe dois
dos mais visionários estilistas
do mundo: Hussein Chalayan,
diretor criativo da marca, e Alexander McQueen, que desenvolve uma linha de calçados.
Presidente da Puma desde
1993, Zeitz esteve no Brasil na
última semana para lançar uma
linha de roupas náuticas e assistir à chegada no Rio dos veleiros da Volvo Ocean Race,
competição mundial em que a
Puma patrocina um dos barcos.
Os barcos se atrasaram, e ele
não pôde encontrar os velejadores, mas não perdeu seu tempo no país. Aproveitou para se
reunir com alguns dos diretores da Puma na América Latina,
onde a empresa cresceu 30%
no último ano -só no Brasil já
são 14 lojas. "A América Latina
representa, hoje, 10% de nosso
mercado", conta Zeitz.
Segundo ele, a crise econômica não afetou a Puma do
ponto de vista financeiro. "Não
temos dívidas com bancos",
conta. Mas acabou atacando a
empresa pela via do consumo.
"Estamos sendo atingidos sobretudo em países emergentes,
como a Ucrânia, onde as coisas
vão muito mal." A situação levou a marca a rever todos os
seus planos de crescimento, inclusive no Brasil.
A Puma calcula que a crise
durará dois anos -até 2011.
"Você tem de esperar pelo pior.
Se as coisas melhorarem antes,
teremos motivo para ficarmos
contentes", diz.
Depois dela, na opinião de
Zeitz, muita coisa deve mudar,
sobretudo a mentalidade dos
consumidores. "Eles vão pensar mais em maneiras de melhorar o mundo, como, por
exemplo, as condições ambientais do planeta. As marcas só
serão bem-sucedidas se pensarem em algo mais do que apenas gerar lucros", sentencia.
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