KATIA CALSAVARA
DA REDAÇÃO

Caso você não abra mão das poltronas fofinhas de alguns dos teatros de São Paulo, é melhor não assistir a "Villa Villa", do grupo argentino De La Guarda. Explica-se: durante os 70 minutos do espetáculo, a platéia fica em pé. E mais: a qualquer momento, os presentes correm o risco de serem levados, mesmo que não queiram, a dar um "giro pelo céu".
Presos em cabos de aço, os artistas podem içar alguém da platéia para fazer parte de uma de suas acrobacias aéreas. O De La Guarda faz uma espécie de performance que mistura técnicas circenses, teatro, alpinismo, muitas luzes e dança.
A companhia nasceu em 1993 em clubes noturnos de rock. Antes de as bandas subirem ao palco, a trupe fazia uma espécie de ensaio aberto.
"Villa Villa" é uma expressão que significa estar sem recursos, sem dinheiro, para realizar idéias. Foi assim que começamos. Quando não tínhamos verba, falávamos: "Façamos à villa-villa". Nós fazemos teatro, mas não somos convencionais", disse um dos diretores do grupo, Pichón Baldinu.
O espetáculo inaugura o Espaço Smirnoff, que será destinado a performances que não se adaptam ao formato típico dos teatros. No local, que também abrigará desfiles e lançamentos, será montado um restaurante japonês.
Demorou cerca de 40 dias para a estrutura que vai receber o De La Guarda ser montada. Em um espaço de 25 metros quadrados e 19 metros de altura, canhões de luz, cabos de aço e mesas de som foram distribuídos. "É como uma grande lona de circo. Podemos desmontar isso e levar a outro lugar", diz o produtor Billy Bond, responsável por "Les Misérables" e "A Bela e a Fera", entre outros. Após as apresentações do De La Guarda, previstas até agosto, o produtor quer trazer o grupo catalão La Fura del Baus.