São Paulo, sexta, 3 de julho de 1998

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Varda executou restauração

da Redação

Conhecido como o esteta da cor na nouvelle vague francesa, Jacques Demy, antes mesmo de ter "Os Guarda-Chuvas do Amor" exibido pela primeira vez, demonstrava preocupação com a reconstituição de seu longa no futuro.
Em 1963, pediu ao laboratório Eclair um negativo que separasse o filme em "três masters monocromáticos, cada um correspondendo a uma cor primária", para que os tons originais do longa pudessem ser recuperados, no decorrer do tempo.
Morto em 1990, o cineasta -que havia retomado os direitos de seu filme na década de 80- teve "Os Guarda-Chuvas do Amor" restaurado por sua mulher, a diretora Agnés Varda, com apoio de Catherine Deneuve e do músico Michel Legrand.
É a cópia desse trabalho que chega agora a São Paulo.
O musical de Demy foi totalmente filmado em Cherbourg. Conhecida como uma cidade extremamente chuvosa na França, o diretor aproveitou-se dos temporais de verão para reconstituir o outono no longa. Como o filme cobre as quatro estações do ano, o inverno foi criado com 75 toneladas de falsa neve, e a primavera foi resultado de uma pintura em ruas da cidade.
Em 1964, "Os Guarda-Chuvas do Amor" ganhou a Palma de Ouro em Cannes, deixando para trás os brasileiros "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, e "Vidas Secas", de Nelson Pereira dos Santos.
A história de Geneviève e do jovem Guy ainda concorreu aos Oscars de filme estrangeiro, roteiro, canção e música, de Michel Legrand.
Em 1966, Demy repetiu a parceria com o músico francês no filme "Les Demoiselles de Rochefort".



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