São Paulo, sexta, 3 de julho de 1998

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ÓPERA
Espaço Sudameris traz esboços e desenhos de cenografias e figurinos que estiveram arquivados por décadas
Mostra exibe universo visual de Verdi

ANA MARIA GUARIGLIA
free-lance para a Folha

"Sorgete! Ombre Serene!" é a exposição que o espaço cultural Sudameris está apresentando, trazendo uma visão das várias interpretações das óperas de Verdi: os esboços e desenhos de cenografias e figurinos, que estiveram arquivados durante décadas.
A mostra é dedicada aos amantes da ópera e aos iniciados nesse gênero musical. Segundo Giovanni Urizzo, diretor superintendente da Sudameris, é uma oportunidade rara para se conhecer a obra do compositor italiano.
"Verdi é seguramente o principal nome da ópera no mundo e as fotos permitem que espectador analise esse universo musical em vários níveis de leitura", disse.
As reproduções fotográficas de desenhos e esboços inéditos de cenários e figurinos pontuam a trajetória do compositor e seu método de criação.
Para facilitar a visualização das 109 reproduções, a mostra foi dividida em três partes "Visto pelo Maestro Verdi", "Ontem e Hoje" e "Il Trovatore", tendo como trilha sonora as gravações de óperas realizadas ao longo dos anos.
Verdi era um músico extremamente exigente e detalhista e seu trabalho, sempre com um forte cunho político, foi marcado pelas grandes tragédias e dramas, com forte vigor na ação musical.
Por esse motivo, a primeira parte apresenta cenografias de artistas, que trabalharam em contato direto com Verdi, como Carlo Ferrari e Giovanni Zucarelli, que participaram da segunda versão de "Don Carlo", em 1884.
A segunda parte ilustra as etapas sobre as quais se desenvolveram as interpretações figurativas de algumas obras.
A partitura de "Aida", por exemplo, deu margem para as mais grandiosas leituras, como a de Fagiuoli para a Arena de Verona e a de Nicola Bernois para as Termas de Caracala.
A terceira parte traça a história das interpretações visuais de "Il Trovatore", a partir da única cenografia feita por Alessandro Prampolini, para o teatro Apollo de Roma, em 1853.
Giuseppe Verdi (1813-1901) começou na música aos sete anos e, aos 12, estudava e tocava órgão na igreja matriz de Busseto.
Aos 22, casou-se com Margherita Barezzi e, aos 26, compôs a primeira ópera "Oberto". Mas foi "Nabuco", encenada em 1842, que o tornou célebre na Europa e na América.
or causa da política, Verdi sempre esteve em constante desavenças com os censores. Mas não se deixou abater, compondo óperas densas, sempre recheadas de situações trágicas e heróicas
Os barítonos são sempre impetuosos e determinados, enquanto os tenores são ardentes e corajosos, e os baixos, severos e austeros.
Entre as obras estão "Macbeth", "Rigoletto", "La Traviata", "Falstaff", "Ernani", "Simon Boccanera", "Otelo" e "Aida".
Ao morrer rico, reverenciado e reconhecido, quase 30 mil pessoas acompanharam seu funeral na cidade de Milão.

Exposição: Sorgete! Ombre Serene! (Apareça! Homem Sereno!) - O Aspecto visual do Espetáculo Verdiano Onde: espaço cultural Sudameris (av. Paulista, 1.000, tel. 3170-9433, centro) Quando: ter a dom, das 10h às 17h, até 25 de julho Quanto: entrada franca


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