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CINEMA
Maratona de filmes começa no dia 21 com retrospectiva completa de Manoel de Oliveira e homenagem a Rossellini
Mostra de SP aposta em sucessos de Cannes
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
A 29ª Mostra Internacional de
Cinema de São Paulo já esquenta
os tamborins. Mesmo sem a programação inteira fechada, alguns
títulos já começam a ser divulgados e aguardados (veja ao lado).
Com início no dia 21 e seguindo
até 3 de novembro, a expectativa é
que esta edição seja menor do que
a passada, com 329 filmes. Mas
boa parte da programação terá
sotaque português, já que o habitué Manoel de Oliveira ganha
agora um livro sobre sua obra,
editado pela Cosacnaify, e uma
retrospectiva completa, com seus
quase 40 filmes. Incansável, aos 96
anos, ele exibe o novo "Espelho
Mágico" e prepara "Belle Toujours" para o ano que vem.
Outro homenageado é o italiano Roberto Rossellini (1906-1977), com a antecipação das comemorações do centenário de seu
nascimento, em 2006. A Mostra
vai apresentar "Roma, Cidade
Aberta" (1945) e o curta "My Father Is 100 Years Old", dirigido
pelo canadense Guy Maddin e escrito e interpretado por sua filha,
Isabella Rossellini. A atriz também assina o cartaz deste ano.
Há ainda duas outras retrospectivas. Uma é da atriz espanhola
Victoria Abril, que vem fazer um
show de seu CD de bossa nova,
"Putcheros do Brasil", no dia 27,
no Sesc Pinheiros. A outra reúne
obras do sueco Victor Sjöström,
inspirador de Ingmar Bergman e
protagonista de "Morangos Silvestres" (1957). Falando em Bergman, o cineasta participa da Mostra com entrevistas ao documentário "Ingmar Bergman Completo", de Marie Nyreröd, que acompanha sua rotina diária.
Além de Victoria Abril, virão à
cidade o cineasta israelense Amos
Gitai e o diretor de fotografia australiano Christopher Doyle, de
"2046" e "Eros", ambos para ministrar workshops na Faap.
A programação desta edição,
que precede a de três décadas de
fundação do evento, congrega
muitos participantes de festivais
internacionais -Cannes, principalmente- mas também estreantes e desconhecidos, voltando à proposta original da Mostra.
Contudo, há boas opções de diretores consagrados, como o bósnio Danis Tanovic, que, após o
Oscar de "Terra de Ninguém",
agora lança "L'Enfer", inspirado
no "Inferno" de Dante. Esta é a segunda parte de um roteiro imaginado por Krzystof Piesiewicz e
Krzysztof Kieslowski e não filmado em razão da morte deste último. A primeira, "Paraíso", ficou a
cargo do alemão Tom Tykwer.
Também se destaca, por exemplo, a nova produção de Theo Angelopoulos, que inicia trilogia sobre as raízes da Grécia no século
20, sobre um grupo de expatriados que fogem do Exército Vermelho, em Odessa, em 1919.
Se os filmes devem diminuir, as
salas vão aumentar, com a inclusão do Memorial da América Latina, que abrigará sessões do Festival da Juventude, para estudantes secundaristas, e da Reserva
Cultural, na avenida Paulista.
Mais informações no site www.mostra.org ou, a partir do dia 15, na central no Conjunto Nacional.
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