São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007 |
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TRECHO A diferença entre "Eles Não Usam Black-Tie" e um bom texto internacional reside na intimidade do diálogo entre atores e platéia e na economia resultante da total ausência de necessidade de explicações. Voltemos momentaneamente a nosso velho amigo Aristóteles: a imitação da vida em forma de ação etc. Em forma de ação, aí está o segredo. Não há necessidade de ninguém explicar "eu vivo aqui por estas e estas razões, meus problemas são de tais e tais origens"; nada disso, para qualquer de nós, cada um dos personagens de "Black-Tie" não tem nada a explicar, e nos basta ver suas ações para compreendermos o porquê das mesmas. Na obtenção desse clima de intimidade, de identificação, não há dúvidas de que a forma de apresentação do "Black-Tie", em arena, colabora da maneira mais eficiente, pois uma certa proximidade física joga o espectador para dentro da ação. Ao mesmo tempo, as convenções de local, que levam os atores para o meio dos espectadores, servem para obter afastamento que permite a observação intelectual da situação paralelamente ao interesse emocional. Extraído de "Barbara Heliodora - Escritos sobre Teatro" Texto Anterior: Obra abarca 50 anos do pensamento de Heliodora Próximo Texto: Crítica/"O Dia Mastroianni": Em obra promissora, Cuenca leva os clichês à saturação Índice |
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