São Paulo, Sexta-feira, 03 de Dezembro de 1999


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Gênero chegou aqui 20 anos atrasado

free-lance para a Folha

Grabriel Prioli, crítico de TV e atualmente diretor da TV PUC, situa o início da videoarte no Brasil nos anos 80: "A videoarte surge com a chegada de equipamento portátil de vídeo, que gerou explosão de produtoras no Brasil".
O Videobrasil começou em 1983 para mapear a produção brasileira -desde o início da década, os produtores independentes estavam revolucionando a linguagem audiovisual.
Diferentemente do que aconteceu na Europa e nos EUA, onde, na década de 60, artistas de vanguarda migraram para o vídeo e integraram-no como suporte, no Brasil -apesar de algumas iniciativas como as de Aguilar ou Anna Bella Geiger- o vídeo não gerou sedução, não contaminou as artes como no exterior.
Apenas no começo dos 80, jovens vindos de outras áreas criaram o Olhar Eletrônico (trupe de Marcelo Tas) e a TV Tudo (turma de Tadeu Jungle), produtoras que batiam de frente com uma cultura cinematográfica rançosa.
Os videomakers eram influenciados pelo cinema novo e muito inspirados no programa "Abertura", da extinta TV Tupi, apresentado por Glauber Rocha.
Queriam propor outro jeito de fazer TV, que era naquele momento um canal de expressão a que não se tinha acesso. A intenção de mostrar a cara do Brasil na TV tornou-se uma bandeira e gerou documentários clássicos, como "Do Outro Lado de Sua Casa", feito pelo Olhar Eletrônico.
É dessa época o programa "Mundo no Ar", que apresentou ao mundo o repórter Ernesto Varella, personagem de Marcelo Tas, que fazia entrevistas hilariantes.
No final dos anos 80, surgem os videoartistas Sandra Kogut e Eder Santos, propondo fazer algo não político, mas estético.
Solange Farkas aponta uma diferença conceitual entre videomaker e videoartista. O primeiro usa o vídeo como suporte para contar uma história e seu espaço de difusão é a TV. O segundo produz algo mais próximo das artes, menos comprometido com a narrativa linear e que tem ligação com filosofia e poesia. Seu circuito são as galerias, museus e festivais. (JMo)


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