São Paulo, terça, 4 de fevereiro de 1997.

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Christie's quer filial argentina

RODRIGO BERTOLOTTO
de Buenos Aires

A casa de leilões nova-iorquina Christie's quer abrir uma filial em Buenos Aires, aproveitando o boom de preços da pintura latino-americana.
Nesta semana, desembarcaram na capital argentina Christopher Davidge, principal executivo internacional da Christie's, e Patricia Hambrecht, diretora da empresa para a América.
Eles vieram comunicar pessoalmente ao presidente Menem a intenção da firma americana, mas também pedir o fim dos impostos aduaneiros para quadros.
Atualmente, a Argentina cobra 40% de imposto para a importação de obras, o que impossibilita a instalação da Christie's e também mantém no exterior os quadros comprados pelos mecenas locais.
``O presidente Menem deu um sinal claro de interesse pelo assunto. O mercado argentino de arte ocupará o lugar que, por tradição e grau de evolução, lhe corresponde'', afirmou o secretário de Cultura, Mario O'Donnell, após a reunião com os funcionários da Christie's.
As pinturas podem ter destino igual ao dos livros, que foram isentos de impostos de importação.
Atualmente, a Argentina arrecada US$ 250 mil com essa taxação, mas pode eliminá-la, atraída pelos dividendos muito maiores que surgiriam com a vinda dos grandes leilões para Buenos Aires.
Os planos da Christie's para a Argentina surgiram há três anos. O presidente Menem já deu seu visto bom, mas o caso ainda deve passar pela secretaria da Fazenda para ter aprovado.
Um dos motivos da escolha de Buenos Aires como sede da Christie's latino-americana é a voracidade dos colecionadores locais, em especial Eduardo Costantini, comprador do "Abapuru'' (Tarsila do Amaral) e ``Mulheres com Frutas'' (Emiliano Di Cavalcanti).


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