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Christie's quer filial argentina
RODRIGO BERTOLOTTO
de Buenos Aires
A casa de leilões nova-iorquina
Christie's quer abrir uma filial em
Buenos Aires, aproveitando o
boom de preços da pintura latino-americana.
Nesta semana, desembarcaram
na capital argentina Christopher
Davidge, principal executivo internacional da Christie's, e Patricia
Hambrecht, diretora da empresa
para a América.
Eles vieram comunicar pessoalmente ao presidente Menem a intenção da firma americana, mas
também pedir o fim dos impostos
aduaneiros para quadros.
Atualmente, a Argentina cobra
40% de imposto para a importação
de obras, o que impossibilita a instalação da Christie's e também
mantém no exterior os quadros
comprados pelos mecenas locais.
``O presidente Menem deu um
sinal claro de interesse pelo assunto. O mercado argentino de arte
ocupará o lugar que, por tradição e
grau de evolução, lhe corresponde'', afirmou o secretário de Cultura, Mario O'Donnell, após a reunião com os funcionários da
Christie's.
As pinturas podem ter destino
igual ao dos livros, que foram isentos de impostos de importação.
Atualmente, a Argentina arrecada US$ 250 mil com essa taxação,
mas pode eliminá-la, atraída pelos
dividendos muito maiores que
surgiriam com a vinda dos grandes leilões para Buenos Aires.
Os planos da Christie's para a Argentina surgiram há três anos. O
presidente Menem já deu seu visto
bom, mas o caso ainda deve passar
pela secretaria da Fazenda para ter
aprovado.
Um dos motivos da escolha de
Buenos Aires como sede da Christie's latino-americana é a voracidade dos colecionadores locais,
em especial Eduardo Costantini,
comprador do "Abapuru'' (Tarsila do Amaral) e ``Mulheres com
Frutas'' (Emiliano Di Cavalcanti).
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