São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2005 |
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ERIKA PALOMINO BOMBA, BOMBA! SAMBA DEIXA COLUNISTA MUITO LOUCA
Skindô, skindô! O Carnaval
chegô! E o Brasil bomba. No
meu coração também. Contagiada pela onda verde-amarela
global e cada vez mais reconhecendo os valores da cultura brasileira, recentemente descobri
uma onda nova pra mim. Não o
último gênero da música eletrônica (tecnoeletrodrum&trance?), a droga perfeita ou a última
moda em Paris. Mas o samba.
Claro que o samba vem respingando em mim há tempos
-nas percussões e instrumentos que os DJs começaram a colocar nas batidas e loops, desde
os anos 90. Mas", agora, nessa
minha "reinvention tour", algumas coisas mudaram. Ano passado, dois dias antes do desfile
da Prada, eu estava no desfile
das escolas de samba -que só
havia assistido uma vez, criança.
Chorei com as cores, as danças,
a alegria, com a Mangueira e a
pureza, quase ingenuidade do
amor das pessoas pela escola.
Entendi melhor o Brasil. Depois
disso muita coisa mudou. Comecei a ouvir discos e músicas
que nunca tinha escutado. De
uma amiga, ganhei presente inédito: um livro sobre a história do
samba. Passei a ler as entrevistas
do Paulinho da Viola, a rever
Carmen Miranda, a ouvir diferente o violão de João Gilberto. E
neste verão, no Rio, me joguei
para a quadra da Mangueira,
que passei a freqüentar. Assim, a
cada sábado, em vez de me enfiar em qualquer clube repetitivo, fui criando minha própria
cultura lá. Descobri que alguns
mecanismos são os mesmos: o
lugar de ficar; o palquinho; as estrelas e personagens famosos do
lugar; as coreôs; a troca de sorrisos; as fotos; as músicas, muitas
vezes as mesmas, tocadas como
se fosse a primeira vez, levando
o povo ao delírio. Como em toda
pista, dançando, fiz amigos e
amigas. Fui apresentada a percussionistas (que têm status de
DJs) e, uma vez, até fiquei na sala
VIP! No finde passado, o último
antes do desfile, um frisson de live-act internacional. E no dia seguinte, ainda com o corpo dolorido de tanto pular (não, eu não
sei sambar), a maior viagem:
quando me vi, estava desfilando
pela avenida Atlântica com a Família Mangueirense (Nação
Hell's?) e milhares de seres humanos, de todas as cores e credos diferentes, dentro de um
bloco de rua da escola, gritando
o samba-enredo deste ano, num
lindo domingo de sol. Tive um
megaflashback de todas as paradas tecno a que já fui. E pensei
que essa minha vida é mesmo
muito louca.
Colaborou Sergio Amaral, free-lance para a Folha epalomino@folhasp.com.br NÃO FUI SÓ EU QUE PIREI!! Acha que só eu pirei? E o que você tem a dizer do David Bowie, que autorizou o Seu Jorge a cantar versões em português -e gravar- clássicos como "Life on Mars?", "Starman" e "Rebel Rebel". Tudo isso na trilha de "The Life Aquatic". Bom, o mundo está pirando com Seu Jorge. Não é pra menos. Ele simboliza o novo Brasil, sem estereótipos. Seu violão transforma "Starman", enquanto o refrão "rebel rebel" vira "zero a zero". No encarte do CD, o diretor Wes Anderson, explica o fundamento, dizendo que não entende português e não leu as transcrições, mas que as palavras de Seu Jorge e suas performances capturaram o espírito de Bowie. "Era exatamente o que procurávamos", diz. E viu que o Bowie em si, agora, quer gravar Tim Maia? Confirmou. na noite ilustrada... Carnaval bombator em São Paulo e Rio com pencas de atrações: Fatboy Slim, Sven Väth, Tiësto, Hell e até Junior Vasquez; será que ele vem? Nem ele sabe ainda. Hoje tem a nova Glitter, com os absurdinhos Johnny Luxo e Alisson Gothz, no novo clube Dust (al. Itu, 1.548), que abriu na mesma casa onde funcionava o Massivo; no Atari, rola especial Peaches, sem ela, claro. E para as bis ainda tem a primeira noite de Basfond, que comemora seus dez anos com festas no Espaço das Américas (r. Tagipuru, 928, Barra Funda); e a nova Ferveção, na The Week. No Rio, quem abre a programação hoje é o DJ alemão Hell, do clã da Gigolo Records, na festa Delírio (clube Mourisco Mar, praia de Botafogo). Em SP a folia é non-stop. O clube Susi in Transe (av. São João, 1.956) não fecha e promove a Insomnia, das 6h às 18h do sábado; Julião e George Actv tocam. A noite no Litoral Norte a coisa anima com a abertura do Carnaval Eletrônico do Sirena; o top holandês Tiësto é a atração da primeira noite. Em SP, os fãs de indie podem se jogar na Sound, do DJ Club; no Carnarock, no Funhouse; e na Viva El Roque, no Jive. O after da madrugada de domingo é mesmo o Paradise com Oscar Bueno e Jeremy no line-up; o do Lov.e não rola mais. No domingón: Milk, Nuts e a bateria da Vai-Vai se apresentam na noite de hip hop do Lov.e, e tem Grind n'A Lôca. Na segunda, o Amp faz edição especial da noite electro Fesh, e no D-Edge tem On the Rocks, com João Gordo e o querido Edgar (MTV). Na terça, para os sobreviventes, ainda tem a última noite de Basfond e Ferveção. Em Maresias, os DJs Fatboy Slim, Sven Väth e Layo & Bushwaka se apresentam no Sirena.No Rio, a expectativa cai sobre a vinda, ou não, de Junior Vasquez à X-Demente, na Fundição Progresso. Será que ele se anima a fugir do frio em NY e vir curtir a ferveção no Rio??? Demorô! Texto Anterior: Crítica: Talento de Johnny Depp sobra em filme sentimentalista Próximo Texto: Música: Chemical Brothers sai do escapismo dance Índice |
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