Cassiano de Souza/Folha Imagem

O DJ Marky Mark, que se apresenta no festival "Tribos Eletrônicas", que começa hoje no Sesc Vila Mariana

da Redação

Marky Mark, 25, é a Cinderela da música eletrônica brasileira. Saído dos clubes da zona leste de São Paulo, toca desde os 15 anos. Venceu alguns campeonatos de DJ e passou por todos os clubes de periferia de São Paulo, mas vinha sendo incompreendido. "Eu estava desistindo de tocar, ia voltar a estudar", diz Marky, que toca domingo no "Tribos Eletrônicas".
Em 97, decidiu ir a Londres e conheceu algumas pessoas. Ao solicitar o badalado nome The Movement para fazer festas em São Paulo, recebeu a visita dos donos da festa inglesa para checar a qualidade de seu trabalho.
Depois de ver Marky tocar no clube Lov.e, resolveram ali mesmo levá-lo para Londres. A primeira turnê do DJ na Inglaterra, em dezembro último, foi devastadora.
Com sua técnica instintiva e precisa, estilo e carisma contagiantes, Marky deixou boquiabertos deuses do drum'n'bass, como o próprio Bryan Gee (do Movement), DJ Krust e DJ Hype.
Ao tocar num programa de rádio da Kiss FM, foi ouvido por editores das revistas "Musik" e "The Face", que telefonaram à emissora perguntando de quem se tratava. No dia seguinte o estavam fotografando e entrevistando para apresentá-lo, em edições futuras, como promessa de 99.
"Ganhei uma grana legal, assinei contrato e agora sou residente da The Movement. Roni Size quer que eu vá ao estúdio com ele", empolga-se. Marky fez um remix (versão) para uma faixa do DJ Hype, "Jack to a King", tão bem aceita que ele recebeu diversos originais para remixar. Ganhou mais de 200 discos, de produtores e DJs que querem que Marky os toque.
"É o momento por que sempre lutei. Meu maior sonho sempre foi o de tocar lá." Marky diz que não sabe o que os ingleses viram nele. Acha que é porque os DJs de lá são muito frios, "tocam de cabeça baixa". "A música não é nossa, aqui a gente toca os discos com respeito, com carinho."
Sua próxima turnê inglesa começa dia 2 de março e ele deverá ficar quase um mês. Marky participa também do lançamento do disco "Planet V" e deverá lançar uma coletânea desse selo mixada por ele.
"Bryan Gee quer que eu fique indo e vindo, que haja um intercâmbio, que a cena aqui no Brasil continue", diz. Enquanto está em São Paulo, Marky é residente de quinta no clube Lov.e (Vila Olímpia) e às sextas no bar Torre do Dr. Zero, em Pinheiros.
(ERIKA PALOMINO)


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