|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Escritor se prepara para viagem ao Brasil com "guia"
DE NOVA YORK
Entre uma cigarrilha e outra, Paul Auster pergunta sobre a morte de PC Farias:
"Você sabe se foi a namorada que o matou mesmo?".
O dia é quente, e o escritor
fala de maneira pausada.
Como o personagem que
criou com o próprio nome, é
bom anfitrião, permite que
se fume, traz água mineral.
O cachorro sumiu da sala.
Sua mulher, a também escritora Siri Hustvedt, chega esbaforida da rua.
Os dois vão para o Brasil
em julho, convidados da
Festa Literária Internacional
de Parati, e Auster tira de
uma pilha o livro que lê no
momento: "A Death in Brazil" (Uma Morte no Brasil).
Espécie de guia de viagem
não ortodoxo, o livro mistura descrições de feijoadas
com análises de "Os Sertões"
e "Casa Grande e Senzala"
para tratar de maneira romanceada do governo de
Collor e da morte de PC.
Em Parati, Auster lerá trechos de seu novo livro e do
mais recente de Chico Buarque, "Budapeste", em inglês.
Auster agora mostra um
CD de Chico. "Dizem que as
letras são ótimas, mas não
consigo entender." Gosta da
música, diz que "Budapeste"
é excelente, mas "bem maluco"; que o Brasil lhe parece
um lugar conturbado, mas
feliz. E que anda escrevendo
letras de música para a filha e
cantora Sophie, 16.
(RC)
Texto Anterior: Literatura: Em "Noite", Auster tece anti-"Dom Casmurro" Próximo Texto: Ilustrada: Antonio Carlos Secchin é eleito para a ABL Índice
|