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Sacha Distel canta
clássicos franceses
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Reportagem Local
Um dos grandes nomes da canção francesa, o "show man" Sacha Distel chega hoje ao Brasil para
sete shows.
Cantor, compositor, ator de cinema, violonista e apresentador
de TV -ainda por cima diplomado em filosofia-, Distel se apresenta hoje e amanhã no Bourbon
Street, em São Paulo, e, de terça-feira a sábado, no Mistura Fina,
no Rio de Janeiro.
"Não vou me contentar em fazer
apenas um estilo de canção. Serei o
mais abrangente possível. Vou fazer um programa bastante eclético
com tudo o que sei e gosto de fazer", disse o cantor à Folha, por
telefone, de Paris.
Nesse ecletismo estará incluída,
ao menos, uma música em português. Nada surpreendente para alguém que já gravou em sete línguas (francês, inglês, português,
espanhol, alemão, italiano e polonês).
Apesar dessa variedade, no repertório não faltarão seus sucessos
como "La Belle Vie" -vertida
para o inglês como "The Good Life" e cantada por Frank Sinatra,
Sarah Vaughan, Ray Charles e
Tony Bennet.
Em seguida, ele deve fazer um
medley de algumas grandes canções francesas recentes.
Entre elas estarão "My Way",
"Comme d'Habitude", "Et
Maintenant", "Un Homme, Une
Femme".
Nessa temporada no Brasil, Distel -que toca violão eletroacústico- se apresenta com um trio:
Frank Sitbon (piano e sintetizador), Philippe Chayeb (contrabaixo) e Thierry Chauvet (bateria).
Sempre comparado a Maurice
Chevalier -o maior cantor francês-, Distel também fará um medley em homenagem ao "chanteur".
Brigitte Bardot
Ele também deve mostrar "Tu
Est le Soleil de Ma Vie", sua versão
de "You Are The Sunshine of My
Life", de Stevie Wonder, que ele
cantou com Brigitte Bardot.
Distel, que viveu com Brigitte
Bardot na época em que ela era o
sonho dos marmanjos mundo afora, foi um dos maiores símbolos
sexuais franceses na segunda metade do século.
Hoje, beirando os 70, ele prefere
não dizer a idade. "Esse é um número que muda todos os anos", ri.
"Eu não vou dizer. Você mesmo
julgue quando me encontrar", diz
ele.
Quanto às suas primeiras canções, ele diz que se preocupa em
modernizá-los. "Mesmo os antigos sucessos, que todo mundo conhece, tentamos dar um frescor e
renová-las", diz.
Uma preocupação que tem limites. O rap, por exemplo. "São a expressão de uma forma de sociedade. Mas é uma música diferente da
que eu gosto. Quando assisto a um
espetáculo, gosto quando há melodia, quando um cantor tem boa
voz", diz ele.
Mas a idade não o preocupa. Ele
está preparando a montagem de
um musical sobre Maurice Chevalier que será encenado na França
em setembro de 1998.
Bossa nova
Sacha já esteve algumas vezes no
Brasil. A última faz cerca de 15
anos. Na primeira, em 1961, ele conheceu alguns dos músicos que estavam criando a bossa nova.
"Eu tinha um amigo francês que
morava no Rio e que me levou para sair na primeira noite. Ele me
disse que levaria a uma boate onde
havia um grupo de jovens músicos
formidáveis. Lá estavam Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de
Moraes e outros. Foi assim que me
apaixonei pela música brasileira e
pelo Brasil", lembra ele.
Assim que voltou à França, ele
gravou um álbum de bossa nova e
ganhou o Grande Prêmio do Disco
(espécie de Grammy francês).
Em português, ele cantou músicas da bossa nova, como "Desafinado", "Meditação", "Corcovado". Gravou um medley de
"Orfeu Negro".
Distel conhece bem a música
brasileira. Gosta de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Baden Powell.
Após tanto tempo sem pisar no
país, Distel tem um grande desejo.
Conseguir descobrir nessa curta
temporada jovens músicos talentosos como ele encontrou em 1961.
"Quero ver se, contrariamente
ao que acontece em muitos países
do mundo, no Brasil continuam a
tocar a boa música brasileira, e não
apenas imitações de Michael Jackson ou de Elton John."
Amante do esporte, praticante
de esqui e de tênis, Distel elogia
Gustavo Kuerten e diz que gostaria
de ter a surpresa de encontrar algo
comparável musicalmente.
"Na música há fenômenos assim. Alguém jovem, que não conhecemos e que, de repente, traz
um entusiasmo novo, balançando
a situação existente", diz Distel.
Show: Sacha Distel
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés, 127,
Moema, tel. 011/5561-1643 ou
011/542-1927)
Quando: hoje e amanhã, às 21h45
Quanto: R$ 65 (setor A), R$ 45 (setor b),
R$ 30 (setor C)
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