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CINEMA
Chris Carter fala à Folha sobre o filme baseado no seriado de TV, que já arrecadou US$ 55 milhões só nos EUA
Sucesso não espanta criador de "Arquivo X'
BIA ABRAMO
enviada especial a Los Angeles
Chris Carter, o criador e produtor-executivo do seriado de TV
"Arquivo X", tem todos os motivos para estar aliviado. Numa
temporada até agora sem nenhum
favorito óbvio, o filme "The X Files - Fight the Future" está prometendo se transformar num dos
grandes hits do verão: em apenas
dois finais de semana (estreou em
19 de junho), o filme já arrecadou
US$ 55 milhões.
Segundo Carter, as projeções indicam que o filme pode ultrapassar os US$ 90 milhões no mercado
americano, o que o deixa logo
atrás das outras grandes apostas
do verão, "Impacto Profundo" e
"Armageddon".
"Esses números indicam que a
estávamos certos", diz Carter,
que assina o roteiro de "Fight the
Future". "Era possível fazer uma
versão para o cinema a partir de
um seriado de TV, que ao mesmo
tempo tivesse o impacto de um filme como qualquer outro."
Carter, um ex-jornalista de surfe
e roteirista de TV, criou a série sobre dois agentes do FBI, Fox Mulder (David Duchovny) e Dana
Scully (Gillian Anderson), que investigam casos "estranhos", envolvendo toda gama bastante variada de fenômenos inexplicáveis
- paranormalidade, telepatia,
presença alienígena na Terra-,
em 1992 para a Fox.
"Arquivo X" tornou-se um sucesso cult já no seu segundo ano e
desde então sua popularidade vem
crescendo: hoje mantém uma audiência de 10 milhões de espectadores só nos Estados Unidos e é
exibido em mais 60 países. Duchovny e Anderson, antes virtualmente desconhecidos, transformaram-se em astros, frequentadores assíduos de capas de revistas
e símbolos sexuais.
A tarefa do filme, portanto, não
era das mais fáceis: com um custo
de US$ 63 milhões, o roteiro de
"Fight the Future", dirigido por
Roberto Bowman, que dirigiu vários episódios do seriado de TV,
precisava atender a dois públicos
bem distintos.
De um lado, os seguidores fiéis,
que já acompanham o programa
na TV por cinco temporadas e tinham uma expectativa muito
grande em relação ao filme. De outro, o público em geral.
"Havia um enorme risco. Se o
filme fosse um sucesso -e foi para isso que trabalhamos durante
um ano -, ele nos abriria novas
perspectivas e, ao mesmo tempo,
tornaria o programa de TV ainda
mais popular. Mesmo que eu ainda pense em "Arquivo X' como
um sucesso cult, ele está se tornando cada vez mais popular. E o
filme, com certeza, vai ajudar a
ampliar a audiência", disse Carter
à Folha.
Os fãs "compraram" o filme,
mesmo que, depois de um ano de
expectativa, sigilo quase absoluto
e boatos circulando freneticamente pela Internet, ele deixe ainda
muitas perguntas por responder.
Por sua vez, Carter continua fazendo mistério.
Indagado pela Folha por que
não há no filme nenhuma referência à irmã de Fox Mulder (David
Duchovny), cuja abdução por
alienígenas é um dos pilares da
"mitologia" da série e motivo da
obsessão do agente do FBI por
"homenzinhos verdes", ele apenas disse: "Aguarde as próximas
temporadas. O filme funciona por
si só, mas nós vamos continuar
desenvolvendo a mitologia de
"Arquivo X' na série de TV".
Segundo Carter, o contrato de
sua produtora, 10/13, com a Fox
prevê mais duas temporadas. Os
contratos de Gillian Anderson e
David Duchovny também. "Eu
nunca pensei nisso e nem vou
pensar na hipótese de fazer o programa sem eles, mesmo porque isso não vai acontecer."
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