São Paulo, sábado, 4 de julho de 1998

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PATROCÍNIO
Depois de privatizada, empresa prioriza educação
Vale do Rio Doce diminui verbas para projetos culturais

da Sucursal do Rio

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em julho do ano passado, causou uma queda nas verbas destinadas a projetos culturais no país. A empresa mudou o foco de seus investimentos sociais e a partir de agora vai priorizar projetos educacionais.
De 1984 a 1997, a Vale aplicou cerca de US$ 10,3 milhões em projetos de recuperação e restauração do patrimônio histórico em quatro Estados -Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão e Pará.
Agora, a Vale privatizada destinará anualmente US$ 10 milhões para investimentos na área social -mas não há previsão de que sejam feitas aplicações em projetos culturais.
"Nossa preocupação é orientar os investimentos para a área educacional, com atenção também para a saúde e o meio ambiente", explica Luiz Antonio de Godoy Alves, diretor-executivo da Fundação Vale do Rio Doce de Habitação e Desenvolvimento Social.
A Vale estatal tinha a obrigação legal, prevista em seu estatuto, de destinar 8% de seu lucro líquido para projetos de desenvolvimento regional nos municípios onde tinha algum tipo de atividade (nos Estados do Rio, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Maranhão, Bahia, Sergipe, Mato Grosso do Sul e Tocantins).
Após a privatização, R$ 85,9 milhões do patrimônio da empresa foram destinados à criação do FRD (Fundo para o Desenvolvimento Regional com Recursos da Desestatização), gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que destinou a ele mais R$ 115 milhões. O novo fundo também tem como prioridade projetos sociais.
BNDES
Há cerca de um ano, o BNDES vem dedicando recursos para projetos de restauração e conservação do patrimônio histórico por meio da Lei Rouanet. A prioridade do banco é aplicar na restauração de monumentos dos períodos colonial e imperial. Atualmente, dez projetos vêm recebendo esses recursos -seis no Rio, dois em Salvador, um em Ouro Preto (MG) e outro em Igarassu (PE).
A instituição aplica, pelo terceiro ano consecutivo, recursos no setor cinematográfico por meio da Lei do Audiovisual. O BNDES compra os certificados de investimento audiovisual, que permitem desconto de até 3% do Imposto de Renda devido.
A partir do dia 15 de julho, o banco irá receber projetos de filmes interessados em ter apoio financeiro em 1998. Para longas-metragens, o financiamento será de até R$ 300 mil ou 15% do valor total de captação autorizado pelo Ministério da Cultura -o que for menor.
Médias-metragens poderão receber até R$ 150 mil, e filmes de curta-metragem, até R$ 75 mil.
Na seleção feita no ano passado, foram escolhidos "For All", "Orfeu", "Menino Maluquinho 2", "Amor & Cia", "Bufo e Spallanzani", "Chatô, o Rei do Brasil", "As Tranças de Maria", "Traição" e "Hans Staden".



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