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Documentário troca ostentação por informação
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada de carrão importado,
corrente de ouro e aquela dinheirama toda em cima da
mesa. A mise-en-scène do rap
nacional, documentada em
"Aqui Favela, o Rap Representa", com pré-estréia hoje no
Cinesesc, é bem outra: transporte coletivo, bonezinho na
cabeça e um quartinho de tijolo baiano numa periferia qualquer das capitais brasileiras.
A fita é da dupla Rodrigo Siqueira e Júnia Torres, que percorreu as quebradas de São
Paulo e Belo Horizonte com
uma câmera na mão e consciência na cabeça.
"O rap é o livro da periferia",
profetiza o veterano Milton Sales, um dos entrevistados do
vídeo, que tem ainda depoimentos de Mano Brown, Thaíde, Nelson Triunfo e outros.
Às insinuações de que o rap
faz parte da música americana
e que, por isso, afastaria os brasileiros de suas raízes culturais,
a rapaziada do Interferência,
Elemento e N.U.C., a nova geração, rebate: o rap, como o
funk, o soul, o congo e o forró,
é a trilha da diáspora africana.
Se na terra de Malcolm X o
rap já há algum tempo escolheu o caminho da ostentação,
por aqui, parece ter preferido a
via da informação. "Aqui Favela, o Rap Representa" assina
embaixo.
(DA)
AQUI FAVELA, O RAP REPRESENTA
- quando: hoje, às 21h. Onde:
Cinesesc (r. Augusta, 2.075, SP, tel.
0/xx/11/3082-0213). Entrada franca.
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