São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

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Ítalo Rossi arrancou elogios já na estreia

Ator, que morreu anteontem, no Rio, conquistou a crítica com sua atuação em "O Mambembe", no TBC

Consagração televisiva só veio em 2008 com papel cômico em "Toma Lá, Dá Cá", criado por Miguel Falabella

DE SÃO PAULO

O ator Ítalo Rossi, 80, um dos protagonistas da cena teatral brasileira da segunda metade do século 20, morreu anteontem, no Rio, em decorrência de infecção pulmonar.
Ele estava internado no hospital Copa d'Or (zona sul) desde segunda-feira. Nascido em Botucatu, no interior paulista, arriscou algumas montagens caseiras com o irmão mais velho e o caçula antes de sua estreia de fato, em 1951, com "O Calcanhar de Aquiles", em SP.
Conforme o próprio conta na biografia "Ítalo Rossi - Isso É Tudo" (Imprensa Oficial), a escalação veio após teste numa sala do Sesc, onde aprendia inglês. O ator decorou todos os diálogos, mas saiu com um papel mudo.
O vozeirão grave, entretanto, logo ressoaria no circuito paulistano de teatro amador, em produções como "A Corda" e "Pantomima Trágica".
A profissionalização viria em 1952. Quatro anos depois, iria para o Teatro Brasileiro de Comédia, que ditava o padrão de excelência na época.
A estreia seria com "Casa de Bonecas", de Ibsen, mas o belga Maurice Vaneau, espiando ensaios, acabou por alistá-lo para seu "A Casa de Chá do Luar de Agosto".
Seguiriam-se obras de Arthur Miller, Pirandello e Jorge Andrade, até a mudança para o Teatro dos Sete, ao lado de Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Sérgio Britto e Gianni Ratto, em 59. Ali, já no primeiro esforço, "O Mambembe", arrancou da crítica elogios rasgados.
"Era um bicho de teatro. Eu e ele tínhamos enorme cumplicidade cênica, eu sentia saudade física dele. Vivia o teatro em estado de aleluia", relembra Montenegro.
Rossi esteve em 67 peças (nos últimos anos, concentrando-se na direção), 22 filmes e 445 teleteatros, além de minisséries e novelas. A consagração televisiva foi em "Toma Lá, Dá Cá", em 2008, na pele de seu Ladir, dono do bordão "É mara!". "Ele jogava nas 11. Ia da chanchada ao sério", diz o criador, Miguel Falabella.


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