especial para a Folha

Jordi Savall acaba de concluir sua terceira trilha sonora. "O Marquês", filme francês de Vera Belmont, com a atriz Sophie Marceau, é ambientado na época do dramaturgo Moliére e do compositor Lully.
"É um projeto muito interessante de música barroca, um pouco a continuação de 'Todas as Manhãs do Mundo'", diz Savall. No repertório, foram incluídas, além de composições de Lully, obras de Rossi e Marin Marais.
O cinema é responsável pelo maior sucesso de Savall. Vencedora do César, o Oscar do cinema francês, a trilha de "Todas as Manhãs do Mundo" (91) vendeu 650 mil cópias no mundo todo.
A cifra impressiona se levarmos em conta que os compositores retratados no filme -Marin Marais e Saint-Colombe- são desconhecidos do grande público e raramente interpretados nas salas de concertos.
Além de escolher e tocar a música, Savall, em "Todas as Manhãs do Mundo", deu aulas de viola de gamba aos atores do filme -entre eles, Gérard Depardieu, que, pouco assíduo às lições, teve muita dificuldade com o instrumento.
Em seguida, veio o monumental épico "Jeanne la Pucelle", de Jacques Rivette, com seis horas de duração, sobre a vida de Joana D'Arc.
Foi a primeira e única experiência do catalão como compositor. Baseado no estilo da época, ele criou a música das cenas de batalha e escreveu o "Te Deum", que é executado ao final do filme.



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