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Vuitton aposta em joias megaluxuosas
O mercado de luxo vive uma
de suas piores crises em muitas
décadas. A Louis Vuitton, porém, parece não se incomodar
com os números pessimistas.
No meio da catástrofe, a grife
decidiu lançar a sua primeira
coleção de alta joalheria.
A palavra "alta", no caso, significa que as joias vão muito
além do chamado "luxo acessível": as peças são luxuosíssimas. Algumas chegam a custar
mais de US$ 2 milhões (cerca
de R$ 3,5 milhões).
Chamada "L'Âme du Voyage" (A Alma da Viagem), a primeira coleção foi desenhada
pelo prestigioso designer Lorenz Bäumer, 44, filho de mãe
francesa e pai alemão, que vive
em Paris e tem um ateliê na
praça Vendôme.
"A Louis Vuitton me pediu
para criar uma coleção muito
inventiva, que tivesse o espírito
da marca, fosse de alta qualidade e desse à "maison" uma legitimidade no mundo das joias",
contou Bäumer à Folha, em
Paris, em outubro último.
A apresentação para a imprensa ocorreu num palacete
da região da avenida Champs-Elysées, protegido por forte esquema de segurança.
Bäumer, que já trabalhou para a Chanel e a Baccarat, criou
peças de muito impacto, com
uma profusão de pedras, estruturas complexas e minúcias
sem fim, tendo muitas vezes a
renda como inspiração.
"A renda me permitiu criar a
identidade da coleção, além de
ser uma forma muito ligeira,
que podemos moldar de diferentes maneiras, tratando quase como um tecido", explicou.
Lágrimas nos olhos
Para Bäumer, a joalheria
contemporânea não deve seguir limites ou escolas. Pode recorrer às mais diversas referências, sem nenhuma prescrição
dogmática, desde que a emoção
seja o objetivo principal do designer. "Uma joia deve primeiro provocar lágrimas nos
olhos", afirmou.
Algumas das joias, como
"Ruffles and Polka Dots" e "Tribal Ornament", são peças únicas. Não serão repetidas, embora Bäumer possa criar variações a pedido do cliente.
As joias só podem ser vistas
em Paris. Para tanto, é necessário agendar antes uma visita, o
que pode ser feito no Brasil por
meio das filiais da marca. É
também possível encomendar
as peças sem sair do país, consultando apenas um catálogo
de imagens.
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