MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

Na cidade de São Paulo, a tendência da motorização, ou seja, do aumento da frota de carros particulares, atingiu em 1997 um nível inviabilizante para qualquer grande metrópole. Detectou-se que metade dos deslocamentos urbanos que não eram feitos a pé -um total de 10 milhões de viagens- era executada por esses carros.
Uma tendência crescente que, diante dos infindáveis congestionamentos da capital paulista, leva a perguntar se há alguma solução possível para o transporte urbano coletivo. Uma pergunta que o documentário "São Paulo em Movimento" se propôs a responder.
O programa investiga as causas do caos paulistano. Dimensiona a Grande São Paulo com toda a numeralha que lhe é digna e equaciona esse números por meio de declarações de técnicos, secretários de transportes, urbanistas e, por fim, usuários dos transportes coletivos da região metropolitana.
O documentário defende a necessidade de aumento das linhas de metrô como solução para a cidade, pela sua vocação de transporte estrutural, verdadeira espinha dorsal para um sistema de transporte. Segundo os urbanistas entrevistados, com isso o ônibus poderia assumir o papel de transporte alimentador. Numa cidade que conta com a maior frota de ônibus do mundo -15 mil-, a expansão do metrô significaria a correção de um erro de origens históricas e estratégicas.
"São Paulo em Movimento" focaliza a necessidade de dar ao cidadão mais tempo, deixá-lo ir e vir em menos tempo e com menos gastos, antes que todos tenham carros -e não consigam sair do lugar.