São Paulo, Sexta-feira, 05 de Março de 1999
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"Que Mistérios Tem Clarice" põe obra da escritora em cena

free-lance para a Folha

Além das obras de Teresa Ferreira e Ana Miranda, fragmentos de crônicas, documentos, cartas, entrevistas, comentários e reflexões da escritora Clarice Lispector podem também ser conhecidos no palco.
Depois de uma temporada de quatro meses no teatro do Museu da República, reestréia no Rio a peça "Que Mistérios Tem Clarice", dirigida por Luiz Arthur Nunes.
Apresentada em primeira pessoa, com a atriz Rita Elmôr vivendo o papel da escritora, "Que Mistérios Tem Clarice" desenvolve sua trama em uma espécie de sala de visitas, onde a personagem discorre sobre histórias de sua vida e temas prediletos.
"A peça não tem uma linearidade lógica. A sequência centra-se em duas vertentes: na primeira, Clarice tenta contar uma história de forma curta e direta e até escrever como Nelson Rodrigues, porém falha e retoma a subjetividade e temas de suas obras", diz Luiz Arthur Nunes, que também é um dos responsáveis pela adaptação do texto.
Em cena, Rita Elmôr -indicada ao Prêmio Shell como melhor atriz- expõe as visões de Clarice sobre a literatura, o amor, as relações humanas, os filhos, a velhice e a existência de Deus.
Com a preocupação de fugir à simples récita de poesias, a cena ganha a presença do ator Fidelys Fraga, que vive personagens das obras, entrevista, dialoga e interage com a escritora.
"Clarice era complexa e até incompreendida. Sua obra transcende, envolve pelos mistérios e desejos, como o de querer reencarnar como leitora de seus textos", diz. (CRISTIANO CIPRIANO POMBO)

Peça: Que Mistérios Tem Clarice Quando: reestréia hoje, às 21h; quinta a sábado, às 21h; domingo, às 20h; até 25/4 Onde: Teatro Glaucio Gill (pça. Cardeal Arcoverde, s/nº, tel. 021/547-7003) Quanto: R$ 15


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