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Quanta vaidade, meu Deus!
da Equipe de Articulistas
Defeito aqui, omissão ali, ainda
assim merece louvor qualquer tentativa de se fazer biografia séria no
Brasil, como é o caso da obra de
Teresa Ferreira, tratada acima. Fora disso, o que mais aparece por aí
são rarefações do já rarefeito gênero da "biografia romanceada". É o
caso de "Clarice -Ficção", relançamento de um (o quê?) texto curto
de Ana Miranda sobre Clarice Lispector, publicado pela primeira
vez em 1996 ("Clarice Lispector - O
Tesouro de Minha Cidade")
O texto é dividido em vários pequenos pedaços (capítulos?), Clarice em situações diversas. É isso
mesmo, Ana Miranda imagina,
por exemplo, "o mundo de fora
dentro do mundo de dentro" de
Clarice. Pelo menos esse é o título
de um dos "capítulos", que começa
assim, no devaneio de Miranda:
"Tudo lhe parece impreciso demais, impossível de ser tocado".
Parece que o objetivo é radiografar mentalmente, ou psicografar
instantes hipoteticamente vividos
por Clarice Lispector. Uma coisa
sem pé nem cabeça, que não se sabe ao que veio nem para onde vai.
Como é que pode? Como é que
pode uma pessoa escrever um livro
desse, publicar e ainda republicar?
Quanta vaidade, meu Deus!
(MF)
Livro: Clarice - Ficção
Autora: Ana Miranda
Lançamento: Cia. das Letras
Quanto: preço não definido (96 págs.)
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