Yoshihiro Suda e Hideaki Idetsuki ganham exposições que são abertas hoje em SP, nas galerias Leme e Fortes Vilaça

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um jogo de proporções é central na relação entre os 9 cm da maior peça do artista Yoshihiro Suda, 38, e o espaço com pé-direito de 9 m da sala principal da galeria Leme, junto com as maquetes de árvores circundadas por um aro de metal de Hideaki Idetsuki, 34.
Os dois artistas japoneses ganham exposições que são abertas hoje na galeria Leme e na galeria Fortes Vilaça. São nomes contemporâneos de destaque -Suda tem obras no centro Georges Pompidou, em Paris, e Idetsuki fez residências na Alemanha e na Irlanda, além de ser elogiado pela curadora Catherine David, ex-Documenta.
"Ela foi muito importante para mim", diz Idetsuki, cujo trabalho tem uma forte base conceitual. Desde 2000, ele está envolvido com o projeto "Conexão com a Floresta", que começou a tomar forma a partir de 2006. O artista inseriu um grande anel de 16 m de diâmetro e 5 m de altura em uma floresta no Japão e documentou todo o processo com esboços, desenhos, maquetes e fotografias. O material é exibido no estúdio da galeria Leme.
"Meu trabalho fala basicamente da relação do homem com a natureza, estabelecendo laços poéticos", conta ele, que se impressionou com a São Paulo metropolitana. "Mas a natureza é forte também, apesar de quem está fora sempre ligar o Brasil à floresta tropical."
Já Suda explora a grande sala de concreto desenhada por Paulo Mendes da Rocha para trabalhar com a escala. "Fiz essas instalações minúsculas especialmente para esse espaço", diz ele, que mimetiza ervas daninhas, folhas secas e gravetos de, no máximo, 9 cm de altura e que se espalham pelos cantos. Outras peças de Suda também são expostas na Fortes Vilaça.