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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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ARTES CÊNICAS

Espaço é reaberto após um ano e meio de reformas e intenta unir espetáculos a conferências e debates

Teatro da Aliança Francesa pretende ocupação mesclada

PEDRO IVO DUBRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Mesclar espetáculos de teatro, dança e música erudita a uma programação pedagógica é a partir de agora a diretriz de ocupação do palco do Teatro da Aliança Francesa, reaberto depois de um ano e meio de reformas.
O intuito de abarcar tanto realizações artísticas quanto projetos voltados à educação -o espaço é ligado a uma instituição que dissemina a língua e a cultura francesas- se reflete na segmentação dos usos diários da sala.
"Na segunda e na terça, pretendemos ocupar o teatro com debates, palestras, conferências. De quarta a domingo, haverá espetáculos. Tentaremos usar todos os horários, como, por exemplo, sessões à meia-noite na sexta e no sábado", afirma Mário Martini, 50, coordenador do espaço e operador de outros teatros na cidade -o Hilton e o Renaissance.
As obras que mantiveram o Teatro da Aliança Francesa fechado nos últimos tempos tiveram basicamente o objetivo de atualizá-lo tecnicamente. "O projeto acústico foi mantido, o palco também. Trocamos a maquinaria, a iluminação, as poltronas, camarins foram refeitos", diz Martini.
Para marcar a inauguração da nova fase, é encenado o trabalho de teatro gestual "Aux Pieds de la Lettre", da cia. Dos à Deux. Criado em 97, com um espetáculo homônimo, o grupo é formado pelo brasileiro André Curti e pelo angolano Artur Ribeiro. "A peça trata do confinamento e da loucura, do confinamento que pode levar à loucura", afirma Ribeiro, 31.
Foram gastos cerca de R$ 2 milhões na reforma e na restauração de todo o prédio em que se localiza o teatro e que abriga a unidade da Aliança Francesa situada na degradada -e com expectativas de revitalização- região central paulistana. Boa parte da verba foi concedida pelo governo francês. O projeto é assinado pelo arquiteto Alfieri Chiamolera Júnior.
Inaugurado em março de 64, o espaço abrigou, entre outros acontecimentos, direções de Antunes Filho e estréias de textos de Plínio Marcos. De 1986 a 2001, foi ocupado pelo grupo Tapa.


REABERTURA DO TEATRO DA ALIANÇA FRANCESA. Onde: Teatro da Aliança Francesa (r. General Jardim, 182, Vila Buarque, SP, tel. 0/xx/11/ 3017-5684). 230 lugares. Quando: hoje, às 21h, para convidados, e amanhã, às 21h, para o público; sex. e sáb., às 21h, e dom., às 19h; até 22/6. 12 anos. 65 min. Quanto: R$ 25 (sex.) e R$ 30 (sáb. e dom.). Patrocinador da peça: Banco Sudameris.


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