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Abaixo-assinado com quase 30 nomes quer a não-aprovação da lei de numeração de obras
Roberto Carlos e Caetano pedem veto a FHC
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
Uma lista de quase 30 autores e
músicos, encabeçada por músicos
como Roberto Carlos, Erasmo
Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Angélica, Zezé di Camargo,
Sandy & Júnior; pela apresentadora Hebe Camargo; e pelos escritores João Ubaldo Ribeiro, Carlos Heitor Cony e Fernando Sabino, será encaminhada ao presidente Fernando Henrique defendendo o veto à lei que exige que livros e CDs sejam numerados antes de chegarem às lojas.
O abaixo-assinado foi organizado por Luiz Oscar Niemeyer, presidente da Associação Brasileira
de Produtores de Discos, que congrega as gravadoras, e por Paulo
Rocco, presidente do Sindicato
Nacional dos Editores de Livros.
O movimento significa reviravolta na discussão da lei, da deputada
Tânia Soares (PC do B-SE).
Quando o projeto foi discutido
na Câmara dos Deputados, teve
apoio dos cantores Lobão e Beth
Carvalho, que diziam falar em nome de parte dos artistas que agora
combatem a idéia. Caetano e Gil,
por exemplo, haviam autorizado
Lobão a colocar seus nomes no
documento de apoio ao projeto,
divulgado como moralizador das
relações entre gravadoras e editoras e os artistas.
Segundo a Folha apurou, eles
não sabiam que a lei exigiria a assinatura dos autores de livros e
discos em cada exemplar -procedimento considerado inviável.
Outro motivo foram as acusações feitas por Lobão e pela deputada Tânia Soares às gravadoras e
editoras. A parlamentar escreveu,
na justificativa do projeto, que
quantidades de livros e discos
eram lançadas em número diferente do combinado com os artistas, "numa rotina de fraudes".
Ao conhecer a lei, Flora Gil, mulher de Gilberto Gil, chegou a declarar que o cantor e Caetano não
apoiavam "as loucuras que o Lobão anda falando por aí".
Na carta que devem enviar a
FHC, Niemeyer e Rocco dizem
que o projeto, "é impraticável e
inócuo para os fins a que se destina". E rogam pelo veto.
O cantor Lobão diz que o apoio
dos artistas ao veto é "um racha
muito localizado". "Essa história
de ficar batendo na tecla de que
terão que assinar disco por disco é
idiotice, chacota. É como imaginar que o presidente americano
assine cada cédula de dólar". Segundo ele, os que antes apoiavam
a lei e agora pedem seu veto são
"signatários-gilete. Todo mundo
sabe qual é o método de cooptação das gravadoras e editoras".
Colaboraram CLEO GUIMARÃES e SILVANA ARANTES
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