São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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TRECHO

O que fazia ali meu amigo engenheiro? Não tinha idéia do porquê de sua presença em qualquer das duas hipóteses -eu morto ou vivo. Se morto, o meu corpo em dissolvência estaria passando por um derradeiro delírio com ele de protagonista? Havia um frio severo. Não me dobrei ao desejo de inércia que vinha baixando para me tomar.
Senti meu coração batendo e com ritmo vigoroso. Acompanhava fielmente esse rigor para não me arriscar ao pior. Nem precisava seguir o ponteiro dos segundos, para confirmar o andamento profissional das batidas.


Extraído de "Acenos e Afagos", de João Giberto Noll


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